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domingo, 21 de setembro de 2014

Roadtrip I - Ávila



Ávila e a sua muralha. Ávila é a sua muralha. O símbolo, o que lhe dá vida e identidade. Tal e qual o escritor e filósofo Unamuno a descreveu, uma cidade com fisionomia, unidade e alma.

Depois de estar fascinada com a possibilidade de a ver iluminada, já que é considerada o maior monumento iluminado do mundo, foi com grande desapontamento que a vimos às escuras, à uma da madrugada, quando chegámos. Disseram-nos, à laia de explicação, que a muralha só ficava iluminada até às 9 da noite. Não faz muito sentido, mas pronto. Para compensar deram-nos uma sugestão "Se conseguirem vejam-na ao nascer do dia". Como tenho sono leve e estranho um pouco quartos que não são os meus, por melhores que sejam, tive então o privilégio de ver nascer o sol nas muralhas, da janela do meu quarto. E de alguma forma espero ter compensado a falta de iluminação na noite escura, porque ver Ávila a nascer assim, é de facto algo que não se esquece.

Ávila, a cidade do século XI mais bem preservada de Espanha, é um município espanhol situado na comunidade autónoma de Castilla y León.

É também uma das cidades com o maior número de igrejas por habitante.

Uma viagem no tempo que começa quando ainda se está do lado de fora e se começa a imaginar como será por dentro, vislumbrando pedaços de uma cidade medieval que continua em excelente estado, declarada património da Humanidade pela UNESCO, em 1985.

As muralhas marcam o espaço, o contexto, o dentro e o fora. As muralhas fortificadas que continuam intactas.

O ponto de vista dos Cuatro Postes é considerado por todos uma obrigação (marco onde Santa Teresa e o seu irmão foram capturados ao tentarem fugir), que estava, claro, na nossa to-do list, e que foi tão fácil de riscar, já que ficava a uns 50 metros do hotel.

Depois disso, o esquema que seguimos foi o de percorrer a cidade pelo lado de fora e conhecer as suas nove portas (del Alcázar, Peso de la Harina, San Vicente, el Mariscal, del Carmen, San Segundo, de la Malaventura, de la Santa o Montenegro, del Rastro).

Antes de entrarmos fomos visitar a basílica de San Vicente (conta a lenda que esta igreja nasceu no mesmo sítio onde foram martirizados os santos Vicente, Sabina e Cristeta e que abriga os restos mortais dos 3 santos), porque sabíamos que era linda - uma obra-prima gótica que abriga algumas das melhores esculturas românicas da Espanha - mas também porque qualquer sítio que tenha o nome de um dos nossos filhos se torna paragem obrigatória e imensamente simbólica (estou a recordar-me, por exemplo, de San Vicente del Mar, que visitámos quando fizemos outra roadtrip, dessa vez de auto-caravana e à Galiza, para celebrar os 10 anos do filho mais velho).


Ainda do lado de fora visitámos a Plaza de Santa Teresa, considerada um lugar emblemático da cidade (onde deixámos o carro, num parque subterrâneo), mesmo em frente à porta de Alcázar, a principal da cidade. Nesta praça comprámos as famosas Yemas de Santa Teresa, autênticas bombas calóricas muito semelhantes aos nossos ovos moles de Aveiro (comprámos na Flor de Castilla, uma confeitaria que existe desde 1860).

Por dentro escolhemos andar pelas ruas, visitar a Plaza del Mercado Grande, a Catedral (a mais antiga catedral gótica de Espanha, cujo topo está incorporado na muralha) e o convento de Santa Teresa, paragem obrigatória numa cidade onde História e Religião se misturam, e que é conhecida também por ser a terra onde nasceu Santa Teresa de Jesus, fundadora da ordem das Carmelitas Descalças.

Andando bem e acordando cedo, uma manhã foi suficiente para sentir o pulsar de Ávila, percorrer as suas ruas, olhar por dentro e por fora para a cidade das pedras e dos santos e imaginarmo-nos num outro tempo. 

Eram horas de seguir para Segóvia, mas antes tínhamos de encontrar o restaurante que levava na minha Bucket list, para provar o famoso chuletón de Ávila, um bife enorme, especialidade da região, e que pode ser acompanhado por pimentos, cogumelos ou até uma guarnição mais sofisticada de frutos secos. 

Perdemos um pouco mais de tempo do que queríamos a encontrar o restaurante, porque não está muito bem sinalizado, mas valeu muito a pena. Do melhor que já comi na minha vida. 

Restaurante El Rancho, à saída de Ávila, na estrada de Toledo.

Não cheguei a provar as Judías del Barco, outro prato muito típico, que são feijões gigantes refogados em caldo de carne e tomate.



Dormir dentro ou fora das muralhas?

Chegámos a pensar ficar dentro das muralhas, num dos palácios fantasticamente reconvertidos em hotel - os palácios Valderrábanos ou de los Veladas (existem documentos que certificam este último como local de alojamento de Isabel de Portugal, Carlos I e do filho Filipe II), mas sabendo o quão difícil é circular de carro dentro das muralhas, sabendo que chegaríamos de noite sem conhecer nada, e sabendo que isso seria uma tentação ao roteiro inicial, pois se já lá estivéssemos dentro, dificilmente sairíamos e começaríamos o tour pelo lado de fora, optámos por ficar fora das muralhas, bem pertinho do monumento Cuatro Postes).




O que ficou por fazer? 

Subir às muralhas. No tempo que tínhamos, entre o ver de cima e ver percorrendo as ruas da cidade, optámos pela segunda hipótese, mas em muitos blogs e sites sugerem esta subida como um must-do (há quatro acessos à muralha e o principal fica do lado direito do portão da Catedral, ou explicando de outra forma, junto à entrada ou porta principal, a de Alcázar).


Visitar os touros de Guisando. Encontram-se nos arredores da aldeia de El Tiemblo, a 44km de Ávila. Com aproximadamente 20 séculos é um dos monumentos pré-romanos mais conhecidos da península ibérica. Trata-se de quatro esculturas de touros que se pensa que deviam ter muita importância simbólica e religiosa para os Vetones, o povo celta que morava nestas terras antes da ocupação romana. Cervantes, na obra de Don Quixote, faz referência a estes touros com tanta história
Chega-se pela estrada AV-502 e o acesso é gratuito.





























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