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sábado, 28 de janeiro de 2012

Um bom par de estalos e se não puder ser uma bofetada de luva branca ófazfavor

Depois de ler o post da Muxy, e de lhe responder lá, resolvi também escrever sobre isso (mas leiam o dela que está fantástico e aproveitem para lhe deixar um comentário, dizendo o que vocês responderiam àqueles vizinhos-coisa-boa).

Então esta dissertação é sobre as maravilhas que vamos ouvindo em determinadas alturas da nossa vida. A gravidez é pródiga nisso. Gravidez e pós-gravidez, entenda-se.

Tenho sorte que não tenho muita gente a opinar sobre o que faço ou sobre o que deixo de fazer. Safo-me com a ideia de que os outros têm de mim sobre o assunto. Já vai no quarto, deve saber disto a potes.

Mas não deixo de ser prendada com umas belas pérolas.
A melhor deste pós-parto é do meu filho Manel, que acha que eu ainda estou um bocadinho gorda, porque a minha barriga ainda faz um altinho e já não é lisinha como a dele. E por mais que eu lhe explique, ele continua a achar a mãe "um bocadinho gorda" (Mas Manel olha que não estou! Pronto, pronto mãe, é mesmo só um bocadinho. Obrigada filho. Que querido que és. Sim?)

Mas nas crianças ainda desculpo e ainda me rio. Agora com os adultos nem por isso.
Mas verdade verdade é que esses picanços comigo resultaram. 
Quando tive o Vicente, vai fazer dois anos, passados uns 4 meses a minha dentista, muito tia e que até aparece na Caras, que não me via há séculos, ao passar por mim disse:
"Ai querida, você está...
(radiante, luminosa, com um brilho  especial)?(cansada, com ar abatido?) - até aqui ainda desculpava - 

diferente. Mais gorda. Desleixou-se, foi?"

Eu: Ahhhmmmm, hummm, fui mãe??

Ela não se lembrava e só por causa disso odiei-a um bocadinho menos. Mas foi o suficiente para me fazer ter vontade de emagrecer.
A gota de água foi quando uma funcionária da instituição onde dou aulas me disse "Ai Dra, que pernonas".

Sim, estava mais gorda (gorda não, forte) mas nada que justificasse estas palavras. E mesmo que estivesse aiopá, eu sei usar uma coisa que é a comunicação assertiva e não me sinto com vontade nem com o direito de dizer essas alarvidades às pessoas. 

Mas olhem, só vos posso dizer que estas duas pérolas fizeram milagres. Parecia uma cena do BipBip em que passa um comboio por cima do coiote. Badammm! E fez-se luz.
Iniciei o meu plano alimentar, disse adeus aos fritos, às gorduras, às molhengas; disse olá à água e às verduras e ao queijo magro. Comprei um pacote de massagens e (e pronto, que não me inscrevi num ginásio não senhora).
Mas foi o suficiente para voltar ao meu peso habitual.
E de tal maneira aquelas palavras tiveram impacto que na gravidez da C. tive um cuidado redobrado. E não voltei a comer tantas porcarias como comi naqueles 9 meses de Vicente na barriga.


Moral da estória:
Sejam más para mim  que resulta.
 (cuidado, cuidadinho. Olhem que é só mesmo nestes casos)

15 comentários:

Magui disse...

Eu também já levei com essas pérolas! A pior de todas foi a da minha Mae que me foi ver aí hospital pouco mais de 12 horas depois do parto e me disse "credo que barriga tão grande!"... Tenho a dizer que eu estava a pé, bem disposta e até com bom ar (o possível) e que a minha Mae é Mae de 4! Já lhe tentei explicar que caso nao se lembre nao acordamos lisinhas no dia seguinte mas pelos vistos nao é assim que ela se lembra de ter sido com ela :(!
O que nao nos mata faz-nos mais fortes!
Beijinhos grandes

Melancia disse...

Durante a gravidez eu ouvia o contrário... Estás tão bem, não engordastequase nada, pois não!
Really?? Mesmo?? E ir ao oftalmologista? Foram só 19 kilos numa pessoinha com 1,60m!!

Anónimo disse...

Do alto das minhas quase 39 semanas de gravidez, tenho amigas a dizer que estou inchada. Vêem o meu ar infeliz, e dizem, pronto, só um bocadinho de nada, mas depois passa, já voltas ao sítio. E depois o marido que ature a minha insegurança... ;)

Ana Rute Oliveira Cavaco disse...

Pois a mim não me passa pela cabeça tecer considerações negativas sobre ninguém, nem que me tenham pedido. E por isso detesto e acho falta de educação. E não resulta, comigo. Até porque nem todos os casos são questões de dieta, são problemas de saúde. Nota-se que este tema me é sensível?

4D disse...

Eu escrevie ste post em tom ligeiro mas sou muito sensível a este assunto. Não sou passiva, nunca fui. Mas também não sou agressiva só porque sim. Nem com as minhas irmãs eu digo qualquer coisa que saiba que vá magoar, a menos que seja mesmo preciso. Sou incapaz de dizer que não gosto de uma blusa quando sei que a outra pessoa a adora. E lá está, se tenho mesmo que dizer arranjo uma forma assertiva e construtiva de o fazer.

Ana, resultou comigo, é verdade. Mas geralmente não resulta. Eu fui sendo mudando de obstetra até encontrar alguém que me desse colo. Sou muito mais pelo mel do que pelo vinagre. Independentemente de me ter feito reagir, isto aqui não é terapia de choque. De todo.

A ti e tema é-te sensível por ti, Ana. Para mim este tema é-me muito sensível pelo meu filho. E tu sabes.

Beijinho grande a todas.

Rita C´est ma vie disse...

percebo-te muito bem! tb sou incapaz de dizer alguma coisa que magoe e fico sp a matutar no que me dizem a mim... este assunto tb me é sensível e tb tenho histórias inacreditáveis.
Bjsss

Ana Rute Oliveira Cavaco disse...

Quando às vezes me dizem alguma coisa, e eu tenho de relembrar as pessoas que tive 4 filhos num espaço de 6 anos, dá-me vontade de dizer que mais valia nunca ter sido gira e elegante, que assim ninguém ia notar a diferença.

enfim.

;)

4D disse...

E ainda dizem que as crianças são cruéis? os adultos são muito mais cruéis. as crianças, pelo menos fazem-no porque não têm ainda filtro, não têm o super ego desenvolvido.
E os adultos?

Comigo a maior pérola nem tinha a ver com o aspecto físico ou com as minhas capacidades ou falta delas para desempenhar o papel de mãe. Tinha a ver sim com o facto de ser olhada como uma coitada por só "fazer" rapazes.
E a pior de todas foi uma educadora da antiga escola dos meus mais velhos dizer ao Afonso quando se soube que o 3º era também um rapaz: Puxa, a tua mãe não sabe fazer raparigas".

acho inacreditável como é que as pessoas dizem coisas como estas. por acaso ele, que até aí, estava muito contente por ser outro rapaz, naquele dia chegou a casa triste e a perguntar-me isso mesmo.

Acho inacreditável as pessoas terem feito comentários sobre isso. Mesmo aqueles do "deixe lá, também é bom"!!

Eu nunca diria. Em primeiro lugar não sabai se a pessoa estava contente ou se estava triste (claro que partiram do pressuposto que estava triste). Simplesmente não é de bom tom.

E agora o mais engraçado é que eu já nem explico que a menina vem sem querer. Quando me abordam é sempre "Então, agora fica por aqui, não é?" ou "Agora fecha a loja, não é?" ou "Não desistiu até vir a menina, não foi?".

Ufa!

Ana Rute Oliveira Cavaco disse...

No meu caso, aconteceu ao 3º. Duas meninas, "ah, finalmente acertaram!" como se a nossa felicidade estivesse dependente disso. Depois o 4º não havia necessidade, mas como ficaram "dois casalinhos" fica bonito e tal.

Mamã Petra disse...

Sofro disso sempre que vou á minha terra, pois tenho mais 20kg do que quando sai de lá, e as pessoas não se inibem de me dizer, estás gorda eras tão magrinha, e eu confesso que me tira logo a vontade de emagrecer, até porque sofri muito derivado á magreza, com 14 anos tinha 30kg, e sempre desejei ter mais peso, em relação ao numero de filhos então é assustador, mesmo quando estamos a passar por um momento dificil, são capazes de se ouvir pérolas do tipo, deixa lá que já tens 3, ou á males que vêm por bem, 4 tinhas de mudar de carro, mas quem lhes disse que eu não queria o meu bebe, queria e quero e vou a correr tentar outra vez. As pessoas são terriveis.

Muxy-Muxy disse...

Querida duchess se a comida só começar aos seis a carne entra logo na segunda semana e a papa na terceira porque é preciso introduzir o glúten. Nada no esquema é rígido. Mas se me deres tempo quando voltar a casa respondo com mais tempo. Aqui na tabuleta é seca.

4D disse...

Não sabia. Fiquei tão triste. estava a achar piada juntares-te ao clube das mães de 4.
Sim, imagino o que dói ouvir isso. E também imagino que no meu caso também era rapariga para ouvir o mesmo...se me tivesse acontecido a mim.
Por acaso chegaram-me a perguntar se eu tinha pensado em abortar. E a questão do carro...valha-me Deus, preocupava tanto as pessoas. Ouvi essa de "Então e agora, tens de mudar de carro, não é?" vezes sem fim.

Mas vai correr bem e aqui estarei para acompanhar estes novos treinos (de fora, de fora!)

Beijinho grande

raquel disse...

:( nem me fales nestas pérolas.
Tem me acontecido algumas, tem...
E tem mexido tanto comigo.
Beijinho*

A minha corrente da chucha... é linda! disse...

Por acaso não estou gorda, mas se estivesse e alguém fizesse o reparo levava logo troco "Estou gorda mas não é com a comida que me dão!" ;)

Mary disse...

Eu sinceramente, não percebo essa coisa de mandar bocas a torto e a direito. Já ouvi, e continuo a ouvir apesar de estar a fazer um esforço grande, essa dos kilos a mais, do não ter recuperado a forma, etc et.c. Além da clássica "está grávida?" que ainda no outro dia ouvi! Eu nunca, mas nunca pergunto, ponto.
Noutro patamar conheço quem ouça bocas foleiras, mesmo mesmo feias, por não ter filhos - então, e vocês? só faltam vocês! então, nunca mais?? sem saber se o casal está a tentar ou não, se estão com dificuldades ou não.
Mexe-me aqui com o nervo, porque como é óbvio, quem manda a boca nunca tem grande intimidade- ela é a vizinha, a senhora da loja, enfim.
Buuuu para quem manda essas bocas e nos deita abaixo!

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