Há quem diga que são à séria. Mesmo, mesmo a doer.
Há quem diga que não passam de um mito.
Nós por cá andamos a viver esta fase, um dia de cada vez.
E os terrible two não acabam logo que passam para os três. Já vos disseram isso?
Mas é realmente uma fase fascinante e complicadinha, pois claro. A luta entre a dependência e a independência é enorme e se num dia querem fazer tudo sozinhos e dão guinchinhos mais ou menos estridentes quando contrariados, no dia a seguir (ou na hora a seguir, ou no minuto a seguir) voltam ao modus-bebé, que precisa de muita ajuda e atenção. E se num momento estamos a lidar com um menino, no outro estamos a lidar com um bebezão. Ai que grande confusão.
Mas se há espinhos, também há muitas rosas neste nosso jardim.
Se o meu me diz 30 vezes seguidas não e que não quer comer, e que não quer trocar a fralda, e que não quer lavar os dentes e que não quer dormir e que quer levar o brinquedo errado para o banho e que não quer entrar no banho e que não quer sair de lá...por outro lado está numa fase encantadora e o mais bonito de se ver é a relação fantástica que tem com a mana bebé.
A partir dos 2 começamos a ver a imensa capacidade imaginativa dos nossos miúdos. E é giro, giro, giro ver como eles ficam fascinados com as pequenas coisas, as suas pequenas descobertas. Esconderem-se dentro de caixas, empurrarem cadeiras, caixotes, garrafões de água; brincarem com as botas da mãe ou com uma batata, em activa perseguição...
Eu que estou nesta fase e já na outra a seguir, com filhos na escola e com as responsabilidades inerentes a um 2º ciclo, acho esta fase anterior completamente deliciosa, que permite uma liberdade imensa à família para desfrutar do estar, do brincar, do passear.
Correr por todo o lado, viver feliz, não olhar para trás. Não era isto que nós também gostaríamos de poder fazer?
Vivem a mil. O choro e a tristeza são muito sentidos. São autênticos dramas queen & king. Mas se a tristeza deles é pesada, a alegria é completamente contagiante. Alegria igual a esta já nós deixamos há muito pelo caminho.
2, 3, 4 anos. As nossas crianças acreditam em tudo. Principalmente em nós enquanto pais.
Eles ensinam-nos a viver mais intensamente, a perdoar, a sorrir, a amar, a ter esperança. Praticamente tudo de forma incondicional.
Os terríveis dois são também os doces dois. Sem dúvida.