Hoje tive de ir à outra ponta da cidade por causa da requisição para fazer a análise da glicémia. E tive de ir à hora de ponta, que até é uma coisa relativamente ligeira aqui pela aldeia. Achava eu que nunca atravesso a cidade a essa hora.
Passei por um acidente entre um autocarro e um ligeiro, em que dei a vez para os que vinham no lado oposto pudessem passar. Mas começaram a abusar e já não paravam de aparecer carros e não deixavam os da minha faixa avançar. Ora como eu era a primeira lá tive que me armar em forte, pôr o braço de fora do carro e fazer o gesto de paragem. E mesmo assim não paravam. Eu fui-me metendo devagarinho mas obstinadamente. E passou por mim um carro que abriu o vidro e o condutor querido disse (não deve ter dito só isto mas foi isto que eu ouvi): "Estás com pressa é?".
Mais à frente e abalada com esta situação não deixei passar um homem na passadeira, que me gritou alto e a bom som: "Filha da puta" (coitada da minha mãe).
Da primeira vez sorri. Da segunda vez, por defeito profissional, gritei-lhe: "Vai-te tratar!".
E só pensava: Ainda bem que eu não faço isto todos os dias. Ainda bem que eu não vivo em Lisboa".
Lá se vai a ideia que andava a tentar passar de que os portugueses são muito educados.
Valhe-me São Cristovão.
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