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domingo, 13 de janeiro de 2013

Cool, o porquinho mealheiro mais cool do pedaço ou tostão a tostão enche o porquinho o barrigão



Os meus filhos sempre tiveram porquinhos mealheiros. E sempre lhes tentámos ensinar o valor do dinheiro. Mas bolas, não é fácil. Não sei como é que é ou foi com os vossos mas é muito estranho para eles que haja uma máquina que tenha lá o dinheiro dos pais e que podemos/temos de ir lá buscá-lo. E que o dinheiro é fruto do nosso trabalho e que não se pode gastar muito porque acaba depressa. Um cartão multibanco para eles é um bocado de plástico e falar de 5 euros ou de 50 é precisamente o mesmo. São conceitos abstractos e a noção de quantidade, de número, do valor das coisas não nasce connosco. Mais uma que tem de ser ensinada.

Depois foram crescendo e o facto de não terem tudo quando queriam, de ter de trabalhar para isso (sim, uma boa nota dava direito a uma recompensa), de não abrirem todos os presentes de uma vez mas irem doseando, entre muitas coisas mais, fê-los perceber o que custa o dinheiro e o que custa obtê-lo. Tentámos não os preocupar demais com a crise porque esse é uma tarefa dos pais, mas sensibilizá-los sem dúvida para as dificuldades que o país e o mundo atravessam. E também perceber que ao juntar uma moeda aqui e outra ali no fim vão poder comprar uma coisa que queiram, ao gosto deles. E outra ideia importante associada é o de saber esperar. O querer qualquer coisa e "Já!" é o normal nas crianças e este esperar por obriga a perceber que as gratificações poderão não ser imediatas. 
A ideia de juntar é uma ideia que aos poucos lhes vai fazendo sentido. E é tão giro ver que aos 5 o dinheiro era só uma brincadeira ou o som do tilintar das moedas no porquinho de barro e aos quase 12 começa a ser o jogo ou o filme ou o telemóvel que querem ter.

O auge deste percurso foi quando ganharam de nós um mealheiro que ia contabilizando as moedinhas que iam entrando, tendo um visor onde se via o número crescer.

Os mais pequeninos ainda não percebem nada e aqui entre nós que ninguém nos ouve, o mealheiro servia para a Concha enfiar as moedinhas na ranhura e treinar assim a motricidade fina – e que bem que faz. Ahhhh e à conta de tantos porquinhos já faz ronc roc ou oinc oinc (nunca sei como se diz!).

E agora entra-nos em casa mais um porquinho, este é mesmo cool, da nova colecção do BES/Agatha Ruiz de la Prada.




E até eu já fui aqui para ver se aprendo um bocadinho mais. Por acaso sabem o que é um forward? E um carry trade? Ahahhh, bem me parecia!

E esta canção fica mesmo no ouvido, ou é só a mim? Adoro ouvi-la na rádio.

Eu fui com a mãe ao BES / Pra guardar o meu dinheiro / Deram-me o porquinho cool / O meu novo mealheiro / Poupar, poupar / No BES é espetacular / Tostão a tostão / Vou juntar um dinheirão


E, já agora, nunca se questionaram porque é que os mealheiros são quase sempre porcos?

Há várias versões. Uma delas é que esta invenção foi atribuída ao engenheiro francês Sebastian la Pestre, no século XVII.
Pestre teria calculado que em dez anos uma porca pode produzir seis milhões de filhotes e concluiu que este animal representaria bem a ideia de economizar.
O dinheiro é de natureza profícua, procriadora.

Uma outra versão diz que no século XVIII, as pessoas guardavam moedas em potes
feitos com uma argila chamada pygg. Certa vez, um ceramista não muito familiarizado
com o assunto recebeu uma encomenda de algumas peças deste material e imaginou que
o cliente queria objectos em forma  de pig (porco, em inglês).


E para finalizar deixo-vos esta estória que achei o máximo. Dá mesmo para contar aos filhotes e para nos fazer pensar também e até nos indica algumas estratégias para lidar com a iliteracia financeira dos pequenotes.

 O MENINO POUPADINHO

Uma história criada por Maria Jesus Sousa

Era uma vez um menino que gostava muito de dinheiro.
Quando fazia anos, não pedia brinquedos, queria dinheiro.
Ao chegar o Natal, escrevia a sua carta ao Pai Natal só com um pedido: dinheiro.
Os pais estavam contentes, porque pensavam que ele era poupado e queria guardar bem o seu dinheiro. Por isso ofereceram-lhe um porquinho-mealheiro.
Mas o menino, sem ninguém saber, ia gastar o dinheiro na primeira coisa que se lembrasse… mesmo que não lhe fizesse falta nenhuma! E o dinheiro assim voava…
Ele via na televisão a publicidade e não pensava, só comprava coisas que não prestavam para nada! E o porquinho-mealheiro ficava de barriga vazia!

Um dia, a sua bicicleta estragou-se e ele começou a sonhar com uma bicicleta nova. Foi pedir aos pais e eles disseram-lhe para ir ver quanto dinheiro tinha no porquinho-mealheiro.
Aí é que “o porco torceu o rabo”, ele ficou muito aflito, porque não havia dinheiro no porquinho-mealheiro, nem sequer na sua carteira, porque ele tinha-o gasto todo sem pensar!
Pensou o que haveria de fazer e foi conversar com o pai; contou-lhe que o seu porquinho-mealheiro estava vazio, porque ele tinha gasto o dinheiro em coisas que não faziam falta nenhuma….
O pai ficou um bocadinho triste, pois pensava que o filho era poupadinho, mas depois, junto com a mãe, explicaram-lhe algumas coisas importantes, que ele deveria aprender:

1. O dinheiro não nasce nas árvores, nem cai do céu: as pessoas têm que trabalhar para receberem o salário (ou ordenado) no fim do mês.

2. Há coisas que compramos por necessidade (alimentos, medicamentos…) e outras que compramos por desejo (brinquedos, guloseimas…); as necessidades são sempre mais importantes do que os desejos!

3. Quando vamos às compras temos que olhar para os preços; são muito importantes pois dizem-nos quanto dinheiro custa o que queremos comprar. E há coisas caras e baratas, por isso temos que fazer contas.

4. O dinheiro não estica, nem se desperdiça; quando se gasta já não se tem!

Há várias formas de poupança e não só de dinheiro; podemos poupar as nossas coisas, para não termos que comprar outras novas e em casa podemos poupar energia (água e electricidade) se nos esforçarmos por não desperdiçar.

Ao ouvir tudo isto, o menino aprendeu a lição e, a partir dessa altura, tornou-se num menino poupadinho e tinha o seu porquinho-mealheiro sempre com a barriguinha bem cheia, pois guardava bem o que lhe davam.
Os pais até abriram uma conta no banco, para ele guardar as suas poupanças! (será que foi uma conta poupança BES Júnior?))

Foi assim que o menino aprendeu a lidar com o dinheiro e conseguiu juntar o suficiente para comprar a sua bicicleta!

FIM

E vocês, também querem ser poupadinhos? O que podem fazer para isso? Eis algumas ideias para brincar às poupanças…

Fazer uma carteira para guardar moedas com um pacote tetrapak.
Fazer um porquinho-mealheiro para guardar as notas.
Fazer dinheiro de brincar.

Os pais também podem ajudar a ensinar as crianças a lidar com o dinheiro. Eis que se deve ensinar aos mais pequeninos

- A partir dos 2/3 anos: Ensine o seu filho a distinguir as coisas que compramos porque queremos (desejos), daquelas que compramos por necessidade. Muita da habilidade financeira depende disso; Faça o seu filho compreender que é importante não desperdiçar dinheiro. Apresente-lhe moedas e notas, mostrando as diferenças de tamanho e de cor.

- A partir dos 4/5 anos: Peça ao seu filho para ajudar a fazer a lista do supermercado e ensine-o que as compras devem respeitar a lista. Chame a sua atenção para os preços, alerte-o que há coisas caras e baratas. É o primeiro passo que leva à racionalidade na hora de usar o dinheiro. Se puder, dê-lhe uma semanada. Assim, a criança aprende a tomar decisões desde cedo. Comece com 1 euro por semana…



1 comentário:

Violet disse...

obrigada por este texto! mt importante! ca temos um mealheiro para as ferias onde todos colaboramos! daqui a nada comeco a dar uma pequena semanada a maior que, afinal ja entra na escola este ano. no dia a dia faz parte falar sobre o dinheiro, o valor, a poupanca e o trabalho. beijinhos

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