O meu papá é o pai mais horrível do mundo.
Ele só sabe dizer "não".
Proíbe-me de brincar.
Obriga-me a trabalhar.
Pelo menos uma vez na vida todas as crianças acharam os pais uns grandessíssimos chatos.
Aos filhos compete-lhes fazer asneiras e aos pais educar. E neste conflito de interesses solta-se muitas vezes a palavra “não”. Parece-me praticamente impossível falhar esta equação.
Mas aqui entre nós, o estabelecimento de limites, o ensino das regras, o incentivo à responsabilidade são âncoras a que os filhos irão sempre agarrar-se pela vida fora.
O não é estruturante, é organizador para o desenvolvimento saudável de qualquer criança. O não ajuda a pensar, ajuda a perceber a relação Eu-Outro, potencia a compreensão do princípio da realidade.
A mesmo tempo, este impulso que temos de estar sempre a sinalizar as asneirolas dos filhos, a disparar regras e chamadas de atenção, leva a um desgaste em nós e neles, a uma escalada simétrica, que muito mais vezes do que gostaríamos, acaba em berros e em palmadas, leva à necessidade de momentos de pausa e ainda à focalização no negativo.
Os pais são uns grandessíssimos "chatos", ainda mais quando os filhos-criança passam a filhos-adolescentes, mas até os pais "chatos" podem aprender a dosear os ralhetes, a elogiar mais e a prestar atenção ao positivo.
Digam lá se o filho oferecer um livro com este título ao pai, no seu dia, não é mesmo um must? Mas atenção, é capaz de funcionar melhor para pais com muito sentido de humor!
O texto é do João Miguel Tavares, escritor, jornalista, cronista, pai e blogger (Pais de quatro). Pode também dizer-se que há um co-autor que é o Gui, já que o livro é todo sobre ele.
Ilustrações de João Fazenda.
Ver mais aqui:
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/ricardo-araujo-pereira-humor-livro-joao-miguel-tavares--pai-tvi24/1430329-4071.html
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/ricardo-araujo-pereira-humor-livro-joao-miguel-tavares--pai-tvi24/1430329-4071.html
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