Hoje morreu um menino. Todos os dias morrem meninos. De alguns conhecemos as estórias, dos outros não.
Todos os dias morrem meninos mas nem todos os dias nós ouvimos falar deles.
Mas sempre que morre um menino, e eu sei, o meu coração parece que mirra.
Este menino em particular fez-me pensar que a união faz a força, que independentemente do desfecho, o caminho percorrido foi de luta, perseverança, companheirismo, mobilização, força, alegria, tenacidade, esperança.
Hoje o meu coração está pequenino mas quero que ele cresça e se fortaleça para continuar de alguma forma a dar voz a todos os meninos que ainda estão cá a lutar pela sua sobrevivência.
Há uns dias soube de outro menino, de um filho de uma amiga de adolescência, que está a passar pelo mesmo.
Espero que a moral da estória seja: lutamos contra demónios mas nem por isso vamos baixar os braços ou desistir. Muito pelo contrário. Vamos lutar mais e com mais força e mais unidos do que nunca.
Que a morte, tantas mortes, não sejam em vão. Urge fazermos reflexões sérias, internas. É imprescindível olharmos para dentro. Todos nós, que discutimos por coisa nenhuma, que ignoramos os outros, que pomos o Ter antes do Ser. Valerá a pena? Que ao menos sirva para pensarmos nisto. Valerá a pena?
A vida é tão frágil e breve e é aflitivo ver como a desperdiçamos quando nos fechamos aos outros e a nós mesmos.
O meu coração está com o Rodrigo, com a família do Rodrigo, com a mãe do Rodrigo. O meu coração hoje está ainda mais próximo de todos os meninos e de todas as famílias e de todas as mães que sofrem.
4 comentários:
Não imagino a dor desta família... Um abraço apertado!
Gosto tanto de a ler, Sofia:) é isso tudo...
"É imprescindível olharmos para dentro. Todos nós, que discutimos por coisa nenhuma, que ignoramos os outros, que pomos o Ter antes do Ser. Valerá a pena? Que ao menos sirva para pensarmos nisto. Valerá a pena?"
beijinho
Gisela Falé
Um beijinho grande às duas.
Que palavras tão bonitas... e acertadas!
Afinal, quando nos aborrecemos com coisas "tão pequeninas", estaremos a valorizar o que realmente vale a pena?
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