A minha vida é feita de amor, é feita de falar de amor e, convenhamos, principalmente de desamor, do medo de perder o amor, do fim do amor, da difícil escolha e luta pelo amor.
Sou terapeuta de casal há 15 anos.
E ontem perguntava aos meus alunos - como resiste um psicoterapeuta a tanto sofrimento, como aguenta lidar com os sofrimento dos outros, durante tanto tempo e, será que trabalhar consecutivamente com a mudança, com gerar mudanças, também não o faz mudar?
Aguenta, aguento, pelos finais felizes, que nem sempre tem de ser de mãos dadas rumo ao pôr do sol.
Aguenta, aguento, pelo sentimento de realização, de dever cumprido, por ajudar alguém a tomar a sua decisão, por ajudar alguém a mudar, a saber o que quer, a fazer mais e mais e mais e melhor. A lembrar-se novamente daquilo que já soube de cor.
E muda, e mudo. E cresce, e cresço. E vivo a vida como no cinema, vivo várias vidas através de tantas estórias de amor e de desamor e de resgate e da redenção, e da resiliência e do perdão.
Mas aqui não sou um espectador passivo, mas um actor participante na vida de tantas pessoas que já me procuraram.
A Sara convidou-me a falar de amor, do meu amor e eu fiquei sem fala. Porque é mais difícil falarmos de nós, nós que estamos sempre a reflectir sobre os outros. Mas também nós, temos de reflectir sobre o que se passa cá dentro e do que se passa entre nós. Tantos nós, tantos laços mais lassos ou menos lassos. Tantos nós.
E eu emprestei-lhe o poema que escrevi, há 14 anos. E que continua actual.
Obrigada Sara pelo convite.
1 comentário:
Obrigada eu pelo teu poema, e por nos teres aberto essa janela, de um dia tão importante da tua vida!
Beijinho! <3
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