Conheço a Leila há algum tempo. Durante anos fiz threading (depilação com linha) na Wink. Se adorava? Não, mas há hábitos difíceis de mudar.
A certa altura, comecei a ouvir falar do Facestudio, mas demorei a decidir-me a experimentar. Hoje lamento não ter avançado mais cedo, porque só então soube o que era realmente ter umas sobrancelhas perfeitas. Os meus olhos depois de a Leila operar o seu pequeno milagre, como eu lhe chamo, abrem-se, como que a querer absorver tudo, ou seja, ganharam uma atitude e uma expressividade que não tinham antes. Bravo Leila, BRAVO
A Leila é iraniana, tem mãos de fada e também um percurso giríssimo. É licenciada e mestre e chegou a Portugal em 2005, quando o marido veio fazer o doutoramento em Coimbra. Embora a sua licenciatura seja em literatura inglesa ( e mestrado em Línguas e Relações Empresariais), tem imensas formações na área do threading e da micropigmentação – maquilhagem permanente. E foi por causa desta componente que resolvi escrever sobre a Leila e sobre a sua história, porque há coisas que nos ficam na cabeça, nos ouvidos e no coração.
Queria ter escrito este post logo a seguir a ter como convidada numa disciplina que leciono uma colega que trabalha na Liga Portuguesa Contra o cancro. Infelizmente o tempo tem sido muito escasso, mas não queria deixar passar sem vos contar esta minha aventura. Nessa aula, falámos sobre diversas coisas, como, por exemplo, o auto-conceito e auto-estima dos sobreviventes do cancro, da queda do cabelo e da perda das sobrancelhas, do recomeçar e de ser tão difícil fazê-lo, quando as marcas teimam em ficar.
Uns dias depois, porque há coisas que não se explicam, fiquei a saber que a Leila tem este processo de micropigmentação, que encaixa que nem uma luva em casos como os que falámos na aula. A ideia é usar uma coloração, uma pigmentação que permita desenhar as sobrancelhas, numa maquilhagem definitiva, para que os danos psicológicos sejam minimizados, criando uma auto-imagem muito mais positiva. É, de facto, incrível percebermos que há tanto que se pode fazer para ajudarmos quem precisa. Cada um vai encontrar a sua maneira. No caso da Leila, ela doa os seus serviços e estas mulheres guerreiras que só lhes pagam materiais, ou seja, pagam metade em relação às outras clientes. A Leila faz isso porque sim, porque descobriu que era assim que podia fazer a diferença, que podia ajudar, porque a vida serve para isso mesmo, segundo a própria.
Comigo a Leila foi também um bocadinho mais longe. Quando lhe disse que queria escrever sobre isto, porque para mim toda a sua história era inspiradora, respondeu-me que então teria de experimentar, para poder falar com conhecimento de causa. E eu não consegui dizer que não, porque quem me conhece sabe que adoro desafios. Sou ousada e gosto de ser assim. Não optámos pela maquilhagem permanente de sobrancelhas porque, felizmente, tenho pelos para dar e vender, mas pelo eyeliner definitivo e pela permanente e tinta de pestanas. Sim, porque há mulheres como eu, que não têm tempo, não têm jeito e/ou não têm pachorra nenhuma para se porem bonitas, mas adoravam acordar frescas e belas como se tivessem saído de um maquilhadora profissional – in your dreams!!
Só de pensar que ia acordar minimamente composta, que podia sair da água do mar com um aspecto engraçadinho, que podia estar no ginásio e mesmo suadíssima continuar com bom ar…que a minha auto-estima também ia aumentar nem que fosse ligeiramente – foi um ano que andou um pouco pelas ruas da amargura – disse logo sim, sim e sim!
E o resultado é Lindo! E uma coisa que eu nem sabia que existia mudou bastante a minha vida. Estou muito mais descontraída em relação ao meu aspeto. Imagino o bem que isto não fará a quem passou por uma situação tão difícil como a de ultrapassar um cancro!
Para saberem
mais é procurar no blog e na página do facebook da Facestudio.
1 comentário:
Obrigada por escrever o que eu também sinto. Para além de ter passado e superado o cancro sou voluntária e vejo todos os dias o que descreve.
Obrigada pelas palavras verdadeiras sobre a Leila e por dar a conhecer o trabalho de voluntariado da Leila.
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