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segunda-feira, 11 de junho de 2018

Leiria, a Leonor, as boas descobertas e eu



Se pudesse este título era ainda maior. Nele continha todo o entusiasmo com que vivi este dia, todas as conquistas, as vitórias, os sorrisos, a felicidade. Essa não sei se, por muito que tente, ficará tão visível como a que está gravada cá dentro, até porque há coisas difíceis de explicar.

Vou começar pelo mais importante, se bem que isto de medir as coisas segundo uma escala de importância tem muito que se lhe diga.

Mas sim, vou começar pela Leonor, ou melhor, a Nô, a minha querida Nô, que é uma mulher furacão, que leva tudo à frente, que é uma delícia, tal como o seu sushi. Lá chegaremos... Quero saborear agora cada pedacinho desta estória.

A Leonor é minha amiga há duas mãos cheias de anos, ou quase. Também mais ano menos ano já não faz grande diferença. A minha Leonor é uma amiga que nasceu destas novas tecnologias e tem resistido a todas as intempéries, sempre com um smile, uma mensagem amiga, um elogio no momento certo. Não há cá abraços e beijos, ou melhor, tem havido ao longo de todo este tempo mil abraços e beijos, mas todos virtuais.

A Leonor chegou até mim, até à minha página pessoal através de uma amiga, ou de uma amiga de uma amiga, ou de uma amiga de uma amiga de uma amiga...ufa. No tempo em que o facebook era vivido de outra forma. A minha página pessoal não estava abandonada, era o sítio onde dizia as parvoíces que agora já digo no 4D. Onde eramos uma tribo.

Eu e a Leonor nunca nos encontrámos. Porque tínhamos vidas muito ocupadas, muito diferentes, eu cheia de filhos e ela sem nenhum, vivíamos em cidades diferentes, e não aconteceu. Entretanto no meio do enredo a minha amiga decidiu ir viver para o Brasil e perdi-lhe um bocadinho o rasto. Talvez tenha sido na altura em que também não andava bem, em que estava mais em baixo, em que me separei do pai dos meus filhos.

E eis que quando voltei ao facebook a reencontrei a viver no Brasil, casada, com um filho lindão e com um sorriso de orelha a orelha - se eu vivesse no Brasil também estaria sempre de bem com a vida. Maldito tempo que não ajuda nada!

Entretanto o casal e sócio abriu um restaurante de sushi em Pipa e eu estive, juro mesmo que estive, vai não vai para ir lá. Por vezes acontece não estarmos com as pessoas quando estão mais perto, mas depois cruzamos mares infinitos para as encontrar.

Entretanto nas voltas que a vida dá, a Leonor resolveu regressar. Uma das principais razões foi por ter o seu filho tão longe da avó. Voltou e deu continuidade ao seu restaurante, agora ainda mais sofisticado.

Um dia a falarmos, combinámos que eu haveria de ir conhecer o restaurante de Sushi da Leonor. E logo eu que adoro sushi, tanto que quase deve ser pecado.

Na altura disse à Leonor que adorava ir e fazer uma review do restaurante. E assim ficámos. Sem datas marcadas. Combinámos apenas "quando o bom tempo chegar...". E os dias foram passando, as semanas, os meses. E nada de marcarmos. Só a vontade de um dia fazer acontecer.

E eis que um dia, há muito pouco tempo, estava eu na Figueira, onde ia fazer uma terapia de casal, com um sol magnífico e disse a mim mesma "é já". Telefonei à Leonor e marquei para o dia seguinte.

E no dia seguinte estava a chover a bom chover e eu pensei "e agora o que é que eu faço?". Não queria desmarcar. Queria conhecer a Nô em carne e osso e ouvir de perto as gargalhadas características que só tinha ouvido pelo telemóvel - sim, ainda usamos essa coisa.

Há muitas coisas que não sabem sobre mim. Não sabem que não sou fã de conduzir, muito menos de noite, sozinha ou se estiver a chover. Das três a que faço mais é a do meio. As outras duas fujo a sete pés, se puder. Ainda mais se vou para algum lugar desconhecido. Outra coisa que não sabem sobre mim é que o meu filho Afonso percebe muito mais das novas tecnologias do que eu. Nem sei se é incapacidade se é inércia e pouca vontade de aprender. Dito isto, posso dizer-vos que era a primeira vez que ligava sozinha o gps. O problema não era a auto-estrada. O problema era depois. Mas cheguei ao sítio, perdi-me e voltei a encontrar-me, não entrei em taquicardia e até me ri. Estava tão orgulhosa que até telefonei à mãe a contar. Mãe é sempre mãe e é talvez uma das primeiras pessoas a quem recorremos para chorar no ombro ou para contar os nossos feitos.

Estava de astral lá bem em cima, não queria saber da chuva para nada, e abraçar a Leonor era o bálsamo, a recompensa há tanto esperada. Fez-me tão bem à alma que nem vos digo e conhecer o Sushiama foi, sem dúvida, uma experiência nota 10. Estava talvez em apuros se não tivesse gostado. Como resolveria a situação? Eu que só falo do que gosto estaria em maus lençóis. Mas a verdade é que adorei. O espaço, a localização, a decoração, a simpatia de todos e, claro, o sushi e a sangria. E as sobremesas!! Aconselho vivamente porque foi do melhor sushi que já comi na vida e olhem que já comi no Olivier. Mais do que aprovado. E agora só espero pôr-me a jeito para outro convite e para um almoço ou um jantar fora de horas, porque foram realmente horas que estivemos a conversar. Só acabou porque ela gentilmente me despachou "Sofia, tenho de ir comprar peixe"!!


E assim me despedi da Leonor, mas não de Leiria. O sushi, a sangria e a alma lavada pediam um passeio solitário, mas cheio de vontade. E a verdade é que não foram precisos mais do que alguns passos para entrar numa loja e me apaixonar. Que peças tão giras, que presentes tão cool e fora do comum. Eu que gosto de oferecer coisas diferentes senti-me um peixinho dentro de água - sim, difícil esquecer aquele sushi e parar de falar em peixe fresquinho que se desfazia na boca.


E pronto, conheci a Linhas de Pau, trouxe algumas coisas para mim e dois presentinhos - que estão embrulhados, para os mais novos oferecerem às professoras. Isto de dar presentes às professoras para mim deixou de ser uma ciência muito complicada. Não stresso ou fico envergonhada se não dou. Dou quando posso, quando quero e, principalmente, quando encontro o presente certo. E desta vez encontrei. Já houve anos que não encontrei e não dei nada. Para mim as coisas só funcionam se forem simples e se forem realmente de coração.


Aqui vos deixo as fotos. E o mais importante são aqueles sorrisos felizes.

Sem dúvida que são estes momentos que dão significado aos dias menos bons, aos dias rotineiros, aos dias em que até está sol, mas que cá dentro anda um temporal desgraçado.

Choveu pelo país, mas naquele dia fez um grande sol cá dentro.















Sushiama - Largo da Padeira de Aljubarrota, 18 Leiria


Linhas de Pau - Rua Comandante João Belo, 11 Leiria

1 comentário:

Xica Maria disse...

Tem uma apresentação espetacular! Deve ser um restaurante divinal!
Fora isso, fizeste mesmo muito bem em ir!

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