Depois de ler esta notícia fiquei a pensar nisto. Parece que veio a calhar porque é disto que tenho falado nas aulas de intervenção conjugal.
Como faço nas aulas, não me importo de dar como exemplo o meu marido, que deve ficar com as orelhas a arder todas as terças feiras à noite. Faz-me lá alguma impressão que ele não seja perfeito? Pois, já não. Já não porque aprendi a ser esperta.
Ora como eu estava a dizer, o meu marido está ali a meio caminho entre uma coisa e outra.
No limbo diria mais, no limbo.
Nós vivemos de mitos e vivemos a relação de casal como de um punhado de mitos irrealistas se tratasse.
Se tu me amasses…
Se tu realmente me amasses…
Se ao menos gostasses um bocadinho de mim…
A melhor é a da bola de cristal: se eu fosse o mais importante da tua vida conseguirias imaginar (saberias) o que eu estava a pensar, descobririas-me os pensamentos.
Enfim…
Eu achava, réstias de uma educação maternal do género, que ele teria de fazer por ele, sem eu pedir. E ainda mais fazê-lo por prazer, por imenso prazer, quase aos pulinhos de tão contente que estava de cuidar dos filhos, arrumar a casa, dar banho aos putos, dar-lhes de comer, mudar cocós. Tudo e tudo e tudo. Quanto mais feliz melhor.
Claramente, lidar com a coparentalidade e a divisão do trabalho doméstico e ainda com a gestão das carreiras não é fácil.
E nas mulheres há claramente uma ligação entre o desejo sexual e o preenchimento das necessidades aparentemente mais básicas, como a partilha das tarefas domésticas.
Portanto, os homens ainda não descobriram que a partilha do pesado fardo que são as tarefas domésticas pode ser um excelente afrodisíaco. Que tolos que são.
Resumindo, o meu faz muito, desde que esteja em casa, o que dificulta logo as coisas. E faz praticamente tudo, a maior parte desde que eu o direccione para as tarefas. E não faz como se a felicidade dele dependesse daqueles preciosos momentos ou como se o seu sentido de responsabilidade fosse do mais apuradíssimo que há.
Mas faz.
Se é o ideal? É quase, desde que eu seja pessoa que não me importe de direccionar e que ponha de lado a ideia de que ele deve só fazer porque sim e cheiinho de vontade.
E quem sabe, como diz a Peggy Papp,
It is not inconceivable that in the not-too-distant future someone may develop a kitchen floor sex therapy!
E finalizo dizendo: o meu homem é um português moderno e um homem do mundo semi-moderno.
Neste reflexão participaram:
http://redondaquadrada.blogspot.com/
http://apanhadanacurva.blogspot.com/
http://gralhadixit.blogspot.com/
http://este-e-meu.blogspot.com/
http://www.emestadopuro.blogspot.com/
5 comentários:
homem que é homem, gajo que é gajo, por mais moderno que seja, gosta de uma boa orientação, vá ditadurazinha feminina. gostam da lista, da supervisão, da tarefa seguida de outra tarefa (que isto de fazer duas coisas ao mesmo tempo é outra fase).
e no fundo eles adoram ver que fazem as coisas bem feitas e que não servem só para abrir o eterno frasco de conserva!
são uns amores*
Concordo com a Sofia, sem tirar nem pôr!
Acrescento apenas que essa coisa de tarefas domésticas faço-as com tanto prazer que ainda no Domingo, de ebay aberto me perguntavam se queria mais alguma coisa e disse apenas que queria uma Maria lá para casa! ;)
Nunca fui tão ambiciosa para querer alguém que faça tarefas chatas e rotineiras todos os dias de sorriso e a cantar (mesmo se existe quem diga que goste, não vou contestar, mas não é definitivamente para todos). Mas é verdade que não tendo caracter de lider, me custaria direccionar e é-me muito mais confortavel que cada um faça o que esta à mão e pronto.
Agora que não ha, nem é bom esperar que haja, homens e mulheres perfeitos - não ha! E esta consciência poupa-nos muitos, muitos dissabores. Ah ! A maturidade, afinal, não é tudo sobre rugas e celulite ...
(estou com uma estranhissima sensação de déjà vu neste momento, não sei porquê ...).
Ahahahahahahahahaha
Estranho, não?
Esses déjàvus são tramados!
se eu tivesse tempo ía ler o blog todo!
caí hoje aqui por causa da revolução :)
li este post e pensei "caraças... se estivesse ao teu lado, dava-te um beijo!"
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