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sábado, 12 de novembro de 2011

A Águia e a Galinha

Um camponês foi à floresta, apanhou um filhote de águia e colocou-o no galinheiro. Comia milho e ração própria para galinhas, embora a águia fosse a rainha de todos os pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu a visita de um biólogo que enquanto passeavam pelo jardim, disse:
- Este pássaro é uma águia!
- É - disse o camponês - mas eu criei-a como galinha e é o que ela pensa que ´.
- Não, - disse o biólogo. Ela é e será sempre uma águia.
- Não, - insistiu o campon~es. Ela é galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. Ergueram a águia bem alto mas ela não voou. O camponês comentou:
- Eu disse-lhe que ela vive como uma simples galinha!
- Não - insistiu o outro. Ela é e será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte subiram com a águia até ao telhado da casa mas ela pulou e foi para junto das galinhas.
O camponês sorriu e voltou à carga:
- Eu não disse!?
- Não - respondeu firmemente o biólogo. Ela é uma águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã conseguirei faze-la voar.
No dia seguinte, o biólogo e o camponês levantaram-se bem cedo e levaram a águia ara fora da povoação, longe das casas dos homens, até ao alto de uma montanha. O nascer do Sol dourava os picos das montanhas. Ergueram a águia bem alto, ela olhou em redor e tremia como se experimentasse nova vida mas não voou. Então o biólogo segurou-a firmemente, na direcção do Sol para que os seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte. Nesse momento, a águia abriu as suas asas potentes, grasnou e ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar cada vez mais alto. Voou... voou... até se confundir com o azul do firmamento...

(adaptação de Leonardo Boff, teólogo, filósofo e escritor)

2 comentários:

Marta disse...

Gostei!
Mas há tanto disso na vida. Águias que pensam que são galinhas. Acho que somos todos um pouco assim. Ninguém vive em pleno de acordo com a sua natureza.

4D disse...

A sensação de que muitas vezes não sabemos quem somos, não conhecemos o nosso verdadeiro "eu", todo o nosso potencial. Vivemos tantas vezes falsos papéis, que confundimos com a nossa essência, com a realidade.

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