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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Coisas de ser piegas VII





Não sei nem me interessa se mostrava ou não ao mundo, se acontecesse comigo. O que me interessa é que é uma estória comovente, de amor, de orgulho, de protecção (queria dizer nurture, a palavra mais certa). De celebração da vida, dos milagres da vida, mesmo que seja uma bênção momentânea (que não é de maneira nenhuma, porque perdurará para sempre).
Ainda hoje falava aos meus alunos da perda, de lidar com a perda, nomeadamente com a perda gestacional. Ainda hoje falava aos meus alunos da importância de criar rituais, que tanta falta nos fazem. Emocionante. Apenas isso. Emocionante.



É sobretudo uma história de amor entre pais e filhos. Um amor que só foi vivido numas escassas oito horas: o tempo que Grayson James Walker viveu. O bebé nasceu com malformações fatais. Os pais sabiam da anencefalia (uma malformação rara do tubo neural, caracterizada pela ausência parcial do encéfalo e da calota craniana) e sabiam que a criança iria viver pouco tempo. Uma razão que não os impediu de tornar as poucas horas de vida nas mais felizes.

Daqui

23 comentários:

Ana Lemos disse...

que grande e verdadeiro amor!!!

4D disse...

Sem dúvida!

Vanilla disse...

Fiquei mesmo muito comovida :( Não seria capaz, não seria capaz de enfrentar e sujeitar o bebé...os pais devem ter tido o devido acompanhamento, mas só de imaginar que ele poderia estar em sofrimento (não sei se terá sido o caso ou não, talvez fale por ignorancia). Nesta matéria a minha opinião é muito dividida. É preciso muita coragem. Aquela mãe é uma grande mulher, fez os possiveis para proporcionar mesmo que muito curta, uma vida muito feliz. A vida é muito injusta.

Jo disse...

Vi este vídeo há bocadinho e fiquei completamente comovida com este amor.

4D disse...

:)

Vanilla, é preciso contextualizar melhor. basta dizer que são americanos e os americanos são muito diferentes de nós. São antagónicos e paradoxais. Se por um lado há um fervor religioso enorme, por outro são menos preocupados com esta questão da exposição. Basta pensarmos na quantidade de blogs, lindos, que mostram imensas fotos, explícitas, de toda a família.

Lilian disse...

Os americanos são gente estranha, porque são muitos e de várias culturas, umas velhas de séculos e outras "inventadas" à pressa. Colocando-me um pouco à margem se estes pais deviam ter ou não feito isto, o que me salta à vista é a aceitação da diferença e da morte. Temos todos a mania que somos muito modernos, mas temos muita dificuldade em aceitar o que é diferente, menos bonito e ainda mais de aceitar a morte, falar dela. Esta mãe podia ter feito uma interrupção da gravidez, era um azar, passados uns meses voltava a engravidar e não pensava mais nisso (pelo menos tentava). Mas não. Fez nascer aquele bebé, amou-o durante os nove meses, mais aquelas horas, e vai amá-lo para toda a vida, de certeza. Mais importante do que isso, partilhou isso com o pai, com a família e com os amigos. Não sei o que teria sido mais fácil. Mas acho que desta maneira foi muito, muito corajoso. Desculpa o testamento

Daniela disse...

amor de verdade!

4D disse...

Lili, fiquei arrepiada com o que escreveste. É mesmo isso. Obrigada pelo testamento:)

Eu não sei dizer se quem não faz isso ama menos. Acho que não é por aí. mas aqui vemos o amor na sua plenitude, sem dúvida.

beijos a todas e obrigada!

Melancia disse...

Que murro no estomago! Li primeiro o texto e só depois vi o filme e, o que mais me impressionou, foi a serenidade nos olhos daquela mulher... Não seria capaz, tenho a certeza!
Fiquei emocionada, com a garganta apertada e a pensar na paz de spírito que isto lhes deve ter trazido!

Anónimo disse...

Agora é que me fizeste chorar... e o comentário da lilian diz tudo... acho que este video além do amor eterno, mostra-nos o que realmente é a humanidade... tão comovente pá :')

jokas

Kiki - Família de 3 e 1/2 disse...

É um tema delicado... Eu sou contra o aborto, salvo aquelas excepções (mal-formação, violação, etc) Digo que não o faria porque felizmente também nunca estive nessa posição. Nunca tive de decidir entre a vida e a morte e agradeço a Deus por isso, já que isso é, em princípio, uma decisão que lhe cabe a Ele.
Confesso que a minha primeira reacção foi a de criticar este casal quando LI a notícia. Este vídeo mudou um pouco a minha opinião. Não podemos julgar sem calçar os sapatos das pessoas. Neste caso acho que teria interrompido a gravidez. Para quê mandar vir ao mundo um ser humano que está condenado à partida. Para quê fazê-lo passar por esse sofrimento e fazer passar os pais por esse sofrimento? Não sei! Eles saberão... Sinceramente não sei o que pensar...

MMP disse...

Na minha primeira gravidez, na eco das 12 semanas tive esse diagnóstico e todos os médico classificaram como "defeito incompativel com a vida". Não me deram outra hipotese senão IMG (Interrupção Médica da Gravidez), que apesar de ser médica e não voluntária tem que ser aprovada por um conselho de ética. Foram os piores dias da minha vida. Nunca consegueria avançar msm que ficasse ao meu critério. Se me doeu tanto (e ainda doi) como seria avançar, sentir aquele bebé, preparar a sua chegada, que podiam ser horas ou dias e depois despedir-me... mas a interrupção também não é fácil mas a dor acho que é menor... O que mais desejo é que ninguem passe por isso!

4D disse...

Minha querida M.P., quem me dera que estivesses agora aqui para eu te dar colinho. Não deve ter sido fácil. E não deve ter sido fácil reviveres agora aqui. Beijo grande, grande, grande a braço muito apertadinho.

4D disse...

Desculpa esta intimidade com que te falei, provavelmente logo na tua primeira vez aqui. Mas nestes casos passamos a ser praticamente família.

Outro beijo

Princesa sem Reino disse...

Acho que o comentário da Lilian diz tudo.
Tenho na família um caso de uma interrupção médica da gravidez às 24 semanas. Uma pequena percentagem de fetos com aquela malformação ultrapassa as 9 semanas. Aquela bebé chegou às 23, quando descobriram a anomalia genética. Não creio que por ter optado por interromper a gravidez ao saber dos problemas que aquela criança teria se sobrevivesse até ao final da gestação ou mais um mês após o nascimento amasse menos a filha que nunca ouviu chorar do que estes Pais. Só eles podem saber o que lhes traz mais paz de espírito e os conforta.

beijinhos

MMP disse...

Minha querida, não tens que pedir desculpa e sabe sempre bem um mimo, e de facto estas partilhas torna-nos familia. Custou muito e não se ainda mais por ser a minha primeira gravidez e o medo de voltar a acontecer... Foi há quatro anos, o tempo vai acalmando a dor, o filho perfeitinho que tive a seguir também ajudou. Consigo falar sem problemas do que me aconteceu mas aquele filme deixa-nos e a mim em particular com as lágrimas nos olhos. Por isso obrigada pela partilha e pelas palavras. E já agora manda a miuda para a escola :)
Bjnhs

4D disse...

Ok. O seu pedido é uma ordem:)

Polly disse...

Olá!
Cá vai mais um relato.
Eu em 2010 tive um aborto espontâneo... Acho que qualquer mulher que passe por uma situação assim, fica emocionada com este filme. Também já consigo falar sobre o assunto, mas considero que na altura deixei-me "engolir" pela forma como todos queriam que lidasse com o assunto. A sociedade não quer lidar com estes tipo de perdas, acho que há uma cultura de "daqui a nada engravidas outra vez e tudo vai passar". A própria médica quando me deu a notícia, começou logo a falar de probabilidades e nem me deu tempo para chorar. Estes pais tiveram que chorar,o que vemos aqui é aceitação da realidade e pessoas muito especiais. Acho eu. Tal como a MP, uma bebé de 7 meses ajudou muito!
Bjs
Filipa

Lilian disse...

Eu não acho que estes pais amem mais este bebé que nasceu, do que se tivessem optado por uma IVG. A questão que eu levantei foi outra, relacionada com a aceitação e a vivência da morte. Eu, que me conheço, tenho quase a certeza que teria optado pela IVG.

4D disse...

Filipa: foi exactamente isso que eu disse ontem aos meus alunos: A sociedade não quer lidar com estes tipo de perdas, acho que há uma cultura de "daqui a nada engravidas outra vez e tudo vai passar".

Ou ainda "nem sequer tiveste com ele ao colo, nem sequer o chegaste a ver. seria muito pior se já tivesse 1 ano ou 2".

Beijinho grande e não tarda nada teremos cá fora a Helena, não é assim?

:)

sónia, mulher e mãe disse...

Tanto que havia para dizer sobre este tema.
Fico, com os olhos marejados, presa numa imagem, que já vivi, e acredito ser uma maneira muito especial de fazer as crianças despedirem-se de um bebé que parte para o mundo das estrelas: a largada de balões!...

bj doce

M.P. disse...

Um video demasiado forte para este meu coraçao... Não consegui ver todo...

Mamã Petra disse...

O pior é que a seguir a ansiedade para engravidar ainda piora a nossa visão da situação, não posso imaginar qual teria sido a minha opção, sou contra o aborto salvo estas raras excepções mas depois de passar por um tão doloroso, não sei o que faria, é dificil, ainda está a ser.

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