Da escapadela I

Balanço, positivo ou negativo. Hummmm. Balanço?:)

Esta viagem teve tantas peripécias que algumas parecem à filme.

A febre do mais velho passou na noite de quarta para quinta, ainda em casa. Muito bom! Ficou fresco que nem uma alface e feliz pela viagem e pela gazeta na sexta.

Mas nessa noite tive um sonho estranhíssimo que envolvia morte de bebés de gente famosa que nem sequer tem filhos, que resolvi que o colar de âmbar não iria ser usado pela C. mas pelo mano V. E ficou giro, giro, giro!

Mas claro, tinha de correr mal. Começaram a romper-lhe os dentes de cima, as grandes dentolas, que deu direito, já nos Algarves, a febre, vomitanço e até erupção cutânea.

Ahhhh. Mas não posso passar para os finalmentes sem passar pelos entretantos. Na auto-estrada a mala da carrinha abriu-se e caiu bagagem. Tivemos de sair logo quando pudemos, voltar para trás e voltar a entrar, para recolher os itens perdidos, ainda intactos no meio da via pública (pareço um agente da autoridade a falar). Felizmente sem causarmos nenhum acidente. Mas podia ter acontecido. Até gelei.

No primeiro dia de praia, antes da C. se passar a chamar Calamity Jane, fomos fazer-lhe o baptismo da água do mar. Pobrecita, chorou todo o santo tempo que lá esteve. A praia, até ver, não é muito a sua praia. Também quem é que a manda ser tão não-me-toques?

A água estava geladinha, geladinha mas os mais velhos estiveram nem aí para isso. Mergulharam, saltaram, pularam…foi uma festa. O mano V. custou-lhe muito o primeiro impacto, depois de quase um ano sem praia. Só pedia colo, colo, colo. Tudo lhe fazia impressão. Mas no fim do primeiro dia já estava super feliz.

Mais coisas más? Perdemos contra a Alemanha. Humpffff

E coisas boas?

Comi gelados pela primeira vez no ano, e comi caracóis pela primeira vez no ano (e o Vicente pela primeira vez na vida e adorou), e comi sardinhas maravilhosas pela primeira vez no ano e comi o meu english breakfast da praxe pela primeira vez no ano, e bebi sangria pela primeira vez…em muiiiiito tempo!!!

No dia em que ela esteve pior, o pai foi à praia com os mais velhos e eu fiquei com os mais novos, a praticar a arte de não fazer rigorosamente nada. Foi bom também.

As viagens são enormessss e surreais. Os mais velhos discutem o tempo todo para ver quem escolhe o próximo dvd. O V. atira a pêpê e depois chora que a perdeu. Ela chora com tanto barulho. E eu choro pela vontade incontrolável que me dá de abrir a porta e sair do carro em movimento! O que vale é que vamos encontrando gente muito gira pelo caminho. A Joaquina, por exemplo, da estação de serviço do Montijo, que fez tudo e mais alguma coisa para nos ajudar, com um sentido de humor apuradíssimo. Adorei. E ainda me chamou depois de andar a passar as sopas pela varinha: “Ohhhh senhora mãe dos muiiitos filhosssss”!!

Moral da estória: um bom português das desgraças faz a força e por isso foi giro sim senhora. Mas aqui para nós que ninguém nos ouve, viagem de mini-escapadela a 6 não compensa nem um bocadinho.