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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A minha mensagem séria para esta silly season







Já passei por isso. Não a conduzir mas a deixar-me conduzir. Fim de noite com copos a mais.
E é assim. Os copos têm esse efeito nas pessoas. Burrifica-as acima de tudo.
E agora pergunto-me: como é que foi possível?
Coisas de gente nova, ainda tento dizer. Mas não pode ser essa a desculpa. Porque é assim que serão sempre coisas de gente nova que nunca chegará a gente madura, vivida, de bem com a vida.
E agora vou na estrada e tenho um medo visceral, que me arrepanha por dentro e me sufoca. Não sei explicar. Já não é medo de mim ou de quem vai comigo.  É essencialmente medos dos outros. Porque tudo pode acontecer muito simplesmente porque um outro, um outro qualquer, não respeitou as regras e borrificou.
E depois termina tudo num ápice. Ou então não e ainda pode ser pior. E aí só me apetece dizer palavrões. E comovo-me e fico ao mesmo tempo zangada, muito zangada.

Todos perdemos coisas, todos desistimos de sonhos, todos temos de fazer lutos. Mas assim não. Por isto não.

Em Portugal bebe-se demais. É tradição. E desculpa-se imenso e lá vem um ah e tal, as drogas são as outras.
E bebe-se demais. E mais um copo e mais outro e mais outro e mais outro e mais outro e mais outro. E serve para relaxar, para socializar, para esquecer, para entorpecer, para nos tornar valentes, engraçados e falsos contentes. Serve para tapar buracos, para esconder medos, para desfiar segredos e disfarçar silêncios.
Mas não pode ser. NÃO PODE SER.

Praia e Verão rimam com descontracção. E rimam com gente gira e também com copos a mais. E rima com alguma decadência e muita inconsciência – e desculpem se agora pareci o Diácono Remédios. Porque não há necessidade. Não há mesmo necessidade.
Se beber tenha juízo. Se não quer pensar em si então não pense. Mas pense nos filhos no banco de trás, ou nos filhos que ficaram em casa…ou nos filhos que nunca irá conhecer. Se não pensa em si pense nos outros. Nos filhos dos outros, nos pais dos outros, na família de alguém. Apenas pense. Conseguirá carregar essa culpa para o resto da vida? O que será pior? Saber que destruímos a nossa vida ou que destruímos outras vidas, outros futuros?
Esse peso eu não quero carregar. Não quero mesmo.

Se beber não conduza. Não deixe que o seu amanhã seja uma estrada sem saída. Uma emboscada.. Ou simplesmente nada.


13 comentários:

Mum's the boss disse...

sinto o mesmo que tu! Tal e qual!!
muito bonito e claro, este post!

Bi disse...

É assustador!! E quando temos filhos mais assustador se torna!! Um beijinho*

Jo disse...

E não é só a bebida. A velocidade também. Este assunto toca-me particularmente. Porque também já estive lá. Do outro lado. Do lado de quem não tem culpa e vai descansado na estrada. E é bom relembrar, vezes sem conta, que não acontece só aos outros!

Full-time Mom disse...

Também eu tenho um pavor de morte de andar na estrada. Não de distâncias curtas, como ir ao supermercado ou à vila, mas de viagens mais demoradas, vou sempre com o coração nas mãos. Ainda no ano passado para o algarve roí as minhas unhas todas de tão nervosa que ía... Gostei do texto, é um bom "sensibilizador". Bjs

TERRA DE CORES disse...

Mais um tema sério tão bem exposto!

Continuas a fazer-nos pensar...
E sim, tb tenho tanto medo de ficar assim, de um momento para o outro, sem ele(s) ou ele(s) sem mim...

Perder coisas ou sonhos... mas assim não!!!

Gostei mto do filme*

Bjs

Ana Lemos disse...

Boa miuda, nem tudo que se fala é bonito e avisos destes nunca são poucos!
Adorei!

buzio disse...

Infelizmente sei bem do que fala....perdi 3 primos numa so noite e pr culpa de outros...Acidente horrivel onde se perderam 5 vidas e se deixou uma crianca de 5 anos em pais,sem tia e com traumas enormes para o resto da vida....
Nessas alturas vamos buscar forcas onde nem sabemos que existem....
Saudades...muitas saudades ja la vao 13anos

4D disse...

Muito obrigada pelas vossas mensagens. tema muito sério, muito pesado mas necessário.

beijinhos a todas.

Marta disse...

Tal e qual. Qto mais velha fico, menos gosto de andar de carro... Tenho o pavor das velocidades e muito medo da condução alheia!

Unknown disse...

Efectivamente, o tema tem tanto de sério como de necessário. E é bom ver avisos destes em blogs tão li(n)dos.

Mais uma vez, parabéns!

Alexa ML disse...

Nunca perdi ninguém na estrada, aqui pela ilha a coisa é mais "desacelerada", mas ainda assim tenho cada vez mais medo. Tirei a carta logo aos 18 anos e depois aos poucos ganhei um medo irracional dos carros e das estradas. E desabituei-me de andar de carro porque em Lisboa só ando de autocarro e metro. Não é o conduzir que me assusta, não é aquele medo que se fala que os recém-encartados têm de enfrentar, é medo dos outros e do que pode surgir ao virar da curva. É irracional, eu sei, mas agora até andar à pendura me deixa apreensiva.. Em autoestradas então, a "alta" velocidade, até trepo as paredes do carro!

Daniela S. disse...

Este post at'e arrepia, infelizmente ha quem nao pense assim.
Eu nunca bebo se for conduzir e nem deixo amigos meus pegarem no carro bebedos. Conheco muitas historias parecidas com a do Salvador e arrepia pensar que amanha pode ser um de nos, devido a incosciencia dos outros.

Um post que muita gente devia ler.Obrigado

Violet disse...

Questiono-me acerca do mesmo! Como do possível andar em carros conduzidos por pessoas alcoolizadas? E pior... Penso q daqui a uns anos serão as minhas filhas a passar por essas situações e fico com um medo infinito que elas nao tenham a sorte que eu tive.
Tb eu, de há uns anos para cá tenho um medo irracional de grandes viagens (leia-se - praticamente tudo q meta auto estrada) basta ver um carro mais acelerado ou fazermos uma travagem mais brusca para começar com taquicardias! E os filmes q me passam na cabeça? É terrível! Obrigada por expores este assunto e alertares as pessoas para as inconsciências!

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