Ontem estivemos em muito, muito boa companhia.
É tão bom chegar a um lugar e sentirmo-nos em casa. É tão bom quando há uma empatia imediata com pessoas que não conhecíamos, quando estamos para ver, para abraçar pela primeira vez, alguém que já conhecemos há quase 3 anos mas que nunca vimos, com quem nunca estivemos cara a cara.
Ontem fomos com imenso gosto ao encontro Conversas com Pais na Rede, organizado pela Red Apple Matosinhos. Logo à chegada fomos abordadas pelas meninas da My Frame que são uns amores. Giras como só elas e de uma simpatia sem igual. Antes de encontrar a Ana Manta, uma das grandes mentoras desta iniciativa, a pessoa que me endereçou tão gentilmente o convite e de quem já sou amiga há bastante tempo, conheci a Ana Varão (da Red Apple) e mais uma vez comprovei que a malta do norte é do melhor que há. Entretanto chegou a Ana e era exactamente como esperava que fosse. Uma Ana muito doce, como as coisas doces d' A Carlota mais doce:)
E depois chegou a Filipa, do blog Babies and Cupcakes, depois a Marta do My Baby Blue Blog e a Mariana do Tia Cocas. E com todas senti exactamente o mesmo: senti-me completamente à vontade, senti que podíamos estar horas à conversa que os temas iam fluindo e nunca se esgotariam. Infelizmente não pude estar no painel da manhã e perdi com certeza um outro excelente momento, mas o tempo não estica, por mais que eu gostasse que isso acontecesse.
E num ambiente intimista partilhámos com outros pais um pouco de nós e este ambiente acolhedor fez com que falássemos, falássemos, falássemos. Entre muitos risos e gargalhadas, muitas mesmo,encontraram-se momentos para falar de coisas sérias, como a questão da institucionalização. Conheço algumas instituições e felizmente as que conheço são fantásticas e falam com muito carinho e orgulho dos seus meninos. Mas também conseguem ser as primeiras a ver que uma instituição não é um lar e que as crianças precisam de pais e mães e de espaços menos partilhados. Estas crianças institucionalizadas são do mais resiliente que há. Aprendem a dividir colos e atenções, não por mais dois, três, quatro irmãos mas por 30, 40, 50...
Todas as crianças precisam, merecem, têm direito a uma casa a que possam efectivamente chamar de sua. Não uma casa temporária, uma casa-passagem, uma casa em que vivam na ambivalência de querer muito e não querer ao mesmo tempo criar laços, de se entregar, de construir um futuro.
Obrigada Dra Maria da Luz, directora da associação A Casa do Caminho (instituição apoiada pela Red Apple) pela sua intervenção tão interessante e que me conduziu a outras reflexões.
Uma delas foi a questão da dicotomia que todos fazemos na nossa cabeça entre Boa mãe/Má mãe. Nós usamos muitas vezes heurísticas quando pensamos sobre as coisas, ou seja, encontramos atalhos, caminhos mais curtos que nos levam a fazer assumpções sem reflectirmos a sério ou em posse de toda a informação que podemos ter. E por isso são muitas vezes enviesadas.
Regra geral achamos que uma mãe que dá um filho para adopção é uma má mãe, uma mãe que permite que o filho viva sob certas circunstâncias também só pode ser uma péssima mãe. Muitas vezes uma pessoa não sabe ser melhor mãe do que está a ser e está a fazer o melhor que sabe, que pode, que consegue. E dar um filho para adopção pode ser tão simplesmente um acto de amor. Será sempre mais fácil arranjarmos culpados do que tentarmos perceber o que leva as pessoas a fazerem certas coisas e a encontrar competências e recursos e resiliências na confusão e no caos. Só as crianças é que separam as pessoas em boas e más (lembram-se dos filmes vistos na nossa infância em que tentávamos perceber quem eram os bons e quem eram os maus da fita?). Todas as pessoas têm núcleos mais saudáveis e outros menos saudáveis, todas as pessoas integram dentro de si partes boas e partes menos boas. Temos é de ter paciência e vontade para perceber que isso é efectivamente assim e para compreender e para descobrir o bom em cada um de nós.
Resumindo, obrigada por momentos tão bem passados.
Tenho que fazer um agradecimento especial à Grow, por terem tratado tão bem da Conchinha. Inclusivamente deram-lhe lanchinho e tudo!
Obrigada à Ginha, que fez sumos divinais. Era capaz de ficar o dia inteiro a beber o mix de iogurte e manga e o sumo de morango e, melhor ainda, que tal trazê-la comigo cá para casa! (ou então aceito as receitas secretas para fazer na Bimby que mora ali na cozinha)
Obrigada pelos miminhos - Ana Manta, trouxe-te comigo em forma de nuvem. Obrigada também à My Frame e à Prilim Pim Pim.
E que venham mais encontros iguais a este!
A Concha trouxe no colo, durante toda a viagem de volta a casa, um balão em forma de coração. E eu trouxe no colo e nas mãos e por todo o corpo um coração muito, muito cheio.
Obrigada a quem nos deu a sugestão do Café Santiago, em frente ao Coliseu, para comermos francesinhas. Adorámos! |
Miss Conchita bonita no seu macacão Maria do Laço, a minha peça-paixão desta estação. E sempre agarradinha à boneca de pano, pequena Clementina (Bazaar das Chitas), à sô dona chupeta e à colher de café. |
2 comentários:
também gostei muito!! a repetir!!!
bjs aos 6 dos 4 ca de casa
Adorei o encontro...correu lindamente e foi mt mt agradável, a repetir sem dúvida...
Beijinhos
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