O quarto estava quase perfeito. Quase como o tinha sonhado. Faltava apenas uma coisa. Que até já cá estava em casa, mas por ser tão especial, tinha pensado apenas dar-lhe mais tarde, quando aprendesse a ler.
Mas hoje foi o dia.
Porque tinha o coração apertado, depois de receber mais um apelo para ajudar, para suplicar que fossem tornar-se potenciais dadores de medula óssea.
Uma rapariga como nós, que descobre que tem leucemia, durante a gravidez. E que agora a doença avança galopantemente e está a fazer quimioterapia, afastada do filho recém-nascido.
Por isso deixei-lhe o meu beijo e chorei sozinha. Um medo terrível que me aconteça alguma coisa e que principalmente a filha mais pequenina me perca nas brumas da memória.
Um beijo para ela. Um beijo para todos os que forem ao Centro de Histocompatibilidade do Sul Hospital Pulido Valente (Alameda das Linhas de Torres, nº 117), de segunda a Sexta-Feira entre as 8.00 e as 16.00 horas.
E sei que vale a pena continuar a fazer pressão, a pedir-vos muito, a abanar consciências.
De repente lembrei-me deste post aqui, onde escrevi que valia a pena ter um blog, que valia tanto a pena ter uma voz que fosse escutada e que fosse de alguma forma respeitada.
Nessa altura mostrei um comentário que me deixaram.
Dizia:
Li o teu texto ontem e lembrei- me de tantos bocadinhos assim que me empatam, que me estagnam mas também daqueles que nos fazem melhores. Por isso, hoje, em vez de seguir para o trabalho, segui para o centro de histocompatibilidade do norte para que por um bocadinho assim me tornasse melhor, e para que por um bocadinho assim não deixasse de ajudar alguém.
Queria TANTO receber outra mensagem semelhante agora.
Um beijo, de coração apertado.
almofada beijo, parceria 4D com Loja Nicho |
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