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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

No dia internacional das pessoas com deficiência



e a uns dias de fazer 10 anos que o meu filho teve um avc que o deixou com sequelas para toda a vida, venho deixar uma mensagem linda que recebi, que descobri perdida entre outros comentários não activados.


Olá meu nome é Paula Meneghetti e entendo bem o que vc passou com seu filho, pois meu filho ao nascer também sofreu um AVC isquêmico, e por causa da falta de pessoas especializadas a descoberta do AVC demora 4 dias. O diagnostico foi que meu filho não andaria, não falaria, e que talvez ficasse paralisado. Meu filho foi acompanhado durante 3 anos, com fisioterapias, anticonvulsionantes, fono, e exames de ressonância, tomo e outros. Hoje ele tem 5 anos e graças a Deus ele não ficou com sequela nenhuma, mas no ínicio foram anos angustiantes e por isso encontrei uma outra mãe Sandra Avalos, que tem uma filha que tb sofreu AVC e nos unimos e fizemos uma pagina no facebook chamada "AVC em crianças, casos raros, mas reais" e lá temos juntando muitas histórias de crianças que sofreram um AVC, ou seja não é tal raro assim. Já fizemos até um encontro com as mães, foi muito interessante, se quiser visitar a página fique a vontade, pois abrimos pelo proposito de compartilharmos experiências e alertar os pais quanto a isso. Um forte abraço.



O meu filho tem uma deficiência e ao fim de 10 anos posso dizer que não foi fácil aceitar. A pergunta rondava sempre o mesmo: porquê ele, porquê nós.
Uma doença rara que culminou numa deficiência para a vida. 6 meses para haver um diagnóstico conclusivo e uma vida toda a habituarmo-nos às sequelas que não desapareceram mais.


Um filho que não pode conduzir um carro que não seja completamente adaptado, que tem de ter uma faca especial para conseguir cortar a carne, que colocar pasta de dentes na escova é um acto que exige o dobro do tempo e o triplo da paciência...
Um filho que tem um braço que não funciona. Um filho que aos 3 anos escrevia o nome todo, com a mão esquerda e que teve de começar a usar, pela primeira vez, a direita. A pouco mais de um mês de fazer 4 anos era como se nascesse pela segunda vez.


Um filho que faz há 9 anos e 11 meses fisioterapia e outras terapias adicionais.


O meu filho é das pessoas mais cool e positivas que eu conheço. Um filho que não consegue ver-me zangada com ele mais de 5 minutos. Um filho especial. Uma espécie de criança cristal.


Uma criança que depois disso foi avaliada como sobredotada.


E o preconceito esteve durante muito tempo dentro da minha cabeça.
Quis protegê-lo de tudo, com imenso medo que sofresse. E durante muito tempo só quis que voltasse a ser como era.


Aos poucos fui lutando para "só" querer que ele fosse feliz. 


A inclusão exige a utilização de métodos diferentes para as diferentes necessidades, capacidades e níveis de desenvolvimento individuais. E o meu filho precisou de métodos diferentes para as disciplinas de : música, educação física e evt.
E há dois anos uma mãe queixou-se de não perceber como é que o meu filho tinha 5 a educação física, quando não conseguia fazer imensas actividades. 
E o preconceito esteve durante demasiado tempo na cabeça de alguns adultos.




Obrigada filho por seres meu filho. 


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