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domingo, 26 de julho de 2015

Dia dos Avós


Sou mãe. Ainda não sou avó.

Já algumas vezes me imaginei como avó e que tipo de avó iria ser. Mas a experiência já me mostrou que nem sempre as coisas acontecem como nós idealizamos.
Conheço uma avó que tem um amor e um colo infinito à espera de uma neta, que a mãe teima em afastar.

Fala-se em alienação parental. Será que é tão difícil perceber que os netos também precisam dos avós, precisam da família extensa, para o seu pleno desenvolvimento, amadurecimento...para serem crianças completamente felizes? A privação injustificada desse convívio é uma espécie de alienação e utilizar os netos/filhos como elementos go-between é das armas mais letais que existe.


Sou mãe. Ainda não sou avó. Mas quero poder viver devagar o crescimento dos meus netos. Saborear, abraçar, dar afecto. 

É muito difícil fazer este exercício de imaginação, porque isso significa ter de imaginar os meus filhos num patamar onde ainda não os consigo encaixar.


Espero estar pronta para esse papel, quando a altura chegar. Espero não defraudar expectativas, talvez uma das coisas mais difíceis de alcançar.

Na realidade não sei se me consigo ainda imaginar como avó. Muito menos as avós da nossa infância, num mundo que evoluiu tanto, que mudou tanto desde aí... para o bem e para o mal. Se calhar ainda tenho muito trabalho pessoal a fazer, muito trabalhinho de casa, como se costuma dizer. Aprender a não ter nunca medo de elogiar, de não ter medo de mostrar afecto, não ter medo do que não entendo, de não achar que há sempre uma segunda intenção escondida; aprender a aceitar mais as diferenças e a saborear mais a vida, a viver tudo por inteiro, não aceitando metades. Aprender a alimentar as amizades. Aprender a perdoar.

Só depois de aprender poderei ensinar. Que chorar faz bem, que devem chorar sempre que for preciso, que ouvirão nãos e que estes podem ser muito mais valiosos do que os sims que esperam ansiosamente por ouvir. Que também vou errar porque sou de carne e osso, embora tenha uma espécie de desejo secreto que eles me achem tão cool como uma super-heroína. Super-avozinha? Hummm, não vamos por aí:)
Quero que saibam que terão sempre aqui um ombro amigo, ao longo de toda a sua vida.

Muitas destas coisas já estou a aprender, ou ainda aprenderei com os meus filhos. Outras acredito que só chegarão com esse novo degrau alcançado. Com toda a maturidade que só o tempo é capaz de esculpir e fazer realçar.


Um beijo aos 4 pares de avós que os meus filhos têm a imensa sorte de terem neste momento, os de sangue e os que a vida colocou no seu caminho: João, Ilda, Fernando, Zetinha, Titó, Tita, Leonel e Paula.

Avós que por vezes erram, que muitas vezes acertam, mas que não deixam nunca de tentar.


Um beijo ao meu avô, que ainda por cá anda, no alto dos seus 90 anos.Um beijo à minha avó, à minha luz, à minha estrela-guia. O que eu daria agora para poder pegar no telefone e falar com ela. E algumas vezes quando ainda podia, por pressa, por ter mil e quinhentas coisas para fazer, porque simplesmente não estava com paciência ou in the mood, não falei o que queria falar e até a despachei mais rapidamente do que devia. Perdoa-me também por isso. Perdoa-me por ser muito difícil para mim dizer "amo-te". Sei que o sabias, para além das palavras...mas perdoa-me, sim?


Como dizia o outro senhor, peguem no telefonem e liguem. Não deixem nada por dizer. A vida é tão transitória que amanhã é sempre tarde demais.




Feliz dia para todos os avós.




1 comentário:

Vo Be5 disse...

Belo texto, cheio de amor.
Apenas conheci um Avô muito querido, que me deu muito amor e a quem muito amor. Hoje sou Avó de 3 que são o Sol da minha vida. Todos os dias lhe digo o quanto os amo. Beijinho linda Mamã ♥

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