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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

As séries são como anjos da guarda

Uma coisa boa que a guarda alternada me trouxe foram as séries.
Para quem está de fora é tudo muito fácil. E até os meus pais para me animarem puseram as coisas nesses termos. Não tinha os meus filhos, não tomava conta dos filhos de um parceiro divorciado ou viúvo...então tinha que relaxar e aproveitar o que a vida me estava a dar. Eu que não gosto de limões, achava que ela só podia estar a gozar com a minha cara, porque arranjou forma de me dar os limões mais amargos que existiam. Nem com todo o açúcar do pacote aquilo lá ia - depois admiram-se que tenha engordado.
Aquelas semanas eram agonizantes. Aliás, era tudo agonizante porque logo que estava com eles, bastava passar meia hora, já tinha de me estar a chatear porque eles não queriam ir para a cama, era tardíssimo e o dia seguinte era dia de escola.
Na semana em que estava sozinha vivia miserável pelo silêncio, pela falta deles, pela falta de notícias. Na semana em que estava com eles fazia muitas vezes de polícia má, para além de que parecia que tinha sido arrancada de um retiro de cantos gregorianos para uma festa de transe.
E pensei em mil coisas para fazer enquanto estava sozinha: vai ao cabeleireiro, vai arranjar as unhas...dizia-me uma amiga, mas não me fazia sentido. E não se passam horas nisso. Vai-se uma vez e pronto. Acho, que me desculpem, que essas sugestões servem na perfeição para quem precisava mesmo de estar sem os filhos durante umas horas.
No meu ideal, a divisão devia ser a meio da semana. Não sei. Parece que não custaria tanto.
Espero conseguir voltar ao ginásio e que não seja apenas uma promessa vã, mas as minhas tentativas foram quase ridículas. Ia um dia, não ia outro; ia mais um e depois duas semanas sem ir. A motivação estava a perder-se e eu não conseguia trazer de volta.
Pensei em ser professora e aluna ao mesmo tempo, em sítios diferentes. Mas era um semestre inteiro e não podia ir às aulas, à noite, quando eles estavam comigo.
Confesso que me vim um bocadinho abaixo. Era tão mais fácil ajudar os outros a reagirem, do que nós próprios reagirmos.
A cabeça passou horas a vaguear e a não fazer​ nada de concreto.
Cada uma acaba por achar o seu caminho. Que não é, mesmo, igual para todos. O blog ajudou muito, mas, embora pareça brincadeira é algo série, tenho que prestar homenagem às séries da Netflix. A minha grande companhia.
Um dia destes faço-vos uma lista se quiserem, mas eu só precisei de escrever no Google "melhores séries da Netflix" que as sugestões não tardaram a aparecer.

Peguei numa que nunca tinha ouvido falar, mas que tinha duas coisas a seu favor: estava no top 5 e era enorme - ia de 2011 a 2017.

Já foram tantas. Mas quero agradecer à Sense 8, Stanger Things, Narcos, 13 reasons why, Orange os the New Black, Girls, Love,  This is US, que me fez chorar e rir com tanto gosto e é só uma das melhores séries de sempre. é só para nomear algumas.
A tal última foi Suits. E acabei a série a querer beijar Harvey, ser como a Donna, abraçar e bater no Louis e o mesmo com o Mickey. Foram a companhia perfeita. Obrigada.

Agora ainda tenho a Anne with an E e handmaid's tale.

Quando gostamos de uma série entramos no enredo, identificamo-nos com personagens, odiamos outras e dificilmente nos sentimos sozinhos.
Não digo para se isolarem do mundo, longe disso. Mas estas séries foram a minha terapia, o meu apoio. Só posso sorrir e dizer " verdadeiros anjos sem asas".

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