Uma grande parte de nós tem o hábito de reflectir de uma forma mais cuidada sobre a vida e sobre metas e propósitos, quando o fim de Dezembro se aproxima ou quando Janeiro dá o ar da sua graça. Outros, como é o meu caso, também aproveitam Setembro para fazer um balanço do que correu menos bem, do que deve ser repensado e do que é para ser mantido e reforçado em relação ao ano que está a decorrer. O regresso às rotinas, o fim das férias “grandes”( que, cá para nós, são cada vez mais pequenas), o adeus aos dias longos, quentes e com sabor a felicidade instantânea, fazem com que este seja o momento propício para sermos os nossos próprios coaches.
Hoje resolvi vir deixar-vos um desafio. Porque não fazer o balanço do meio ano que já passou? Talvez estejamos a sentir que 6 meses já lá foram e ainda não se passou nada de especial, que nem um item sequer riscámos da lista de coisas a fazer em 2016. Pois é, a vida passa num flash e num abrir e fechar de olhos passámos de Janeiro a Maio, a Primavera já voou e o Verão já chegou – de início teimoso e cheio de manias, mas agora veio para reinar.
Da lista que escrevemos, dos objectivos que traçámos, seja por escrito ou mentalmente – embora aconselhe vivamente a que o façam por escrito – algo que tanto queriam conseguir, acabou ou não por ser cumprido? Ou apenas vivemos o dia a dia, como se amanhã fosse sempre perto demais, em que podemos deixar sempre tudo em standby, porque ainda falta muito para o fim do mundo ou para o ano que vem? Queixamo-nos vezes sem conta que os dias voam e que não temos tempo para nada, mas simultaneamente vivemos como se tivéssemos sempre tempo para tudo, e este trabalho de reflexão, que é imperativo que seja visto como uma necessidade básica, vai sendo adiado e adiado e adiado, utilizando muitas vezes o pouco tempo que tempos, para nos aborrecermos com questões que só lembram ao diabo.
2016 já vai a meio e a vida não se repete. Logo fazemos, dizemos nós. Deixamos sempre para depois tudo o que tem a ver com pensarmos sobre nós próprios, encetarmos mudanças nesse sentido e formularmos pequenos passos – baby steps – que nos ajudarão a chegar mais longe. Deixamos constantemente para depois. Até que nos apercebemos que perdemos tantas coisas, tantos momentos mágicos, tantas oportunidades únicas, porque o depois nunca chegou.
E tudo porque preferimos não arriscar. Mesmo quando a maior desculpa, que não deixa de ser plausível, é a falta de tempo. Todos nós sabemos, aqui que ninguém nos “ouve”, que o que mais nos falta não é o tempo, mas sim a coragem de arriscar, de fazer diferente, de mudar. Arrisco amanhã, faço diferente para a semana, mudo quando tiver de ser. E se possível, ainda dizemos isto com a boca cheia de certezas, para enganar o medo de não conseguirmos ser felizes.
Mas nunca deixes de assumir, por mais que doa, que a escolha é tua e só tua. Podes não poder mudar o que te acontece na vida, mas podes sempre alterar a forma como vês o que te acontece e a forma como queres reagir aos infortúnios. Isto é libertador, não é? Mas ao mesmo tempo traz uma responsabilidade enorme. Se és livre para determinar o teu futuro, passas a ser ainda mais responsável por ele. Uau!!!
Fazer coisas é um compromisso que todos tempos connosco próprios. Ser feliz é acima de tudo uma decisão. Uma decisão e um estado de espírito. Lembra-te sempre, por mais que S. Pedro esteja a ficar com sinais de demência, que o Inverno, a chuva e o frio só acontecem lá fora. Dentro de ti estará sempre o tempo que tu quiseres.
No fim do ano serás o que viveste. Serás até o que não viveste. Serás o que sonhaste, o que ambicionaste, o que desejaste, mas, essencialmente, serás o que trabalhaste e o que te esforçaste para ser.
E lembra-te também, mesmo que o balanço dos dias não esteja a ser o mais positivo, podes sempre tentar outra vez. Olha para a lista com olhos de ver, cria pequenos passos,mas exequíveis, e que possam ir sendo avaliados e reavaliados semanalmente. Ainda te faltam 6 meses. Agora depende de ti quereres ver o copo meio vazio e decidires não o voltar a encher ou, pelo contrário, fazer limonadas com os limões que a vida te teu, ou laranjadas ou morangoskas ou até bolo de chocolate – light, sempre light.
O que queres mesmo fazer antes de 2016 terminar? Vamos a isso? Vá lá. Não tenhas medo de arriscar.