2 anos depois
voltámos e já não era sem tempo.
Basicamente 2 anos em que eles não pararam de falar deste sitio, que para eles é, de alguma forma, mágico.
Acontecem-nos sempre as coisas mais engraçadas. Tinha o Afonso acabado de dizer "Só me faltava encontrar por aqui alguém conhecido" e bam, chega à sala de refeições e dá logo de caras com a professora de biologia deste ano. Depois de um sorriso envergonhado vira-se para mim e diz "Não faz mal, mãe. Esta stora é impecável"!
O que mais posso dizer? As fotos falam por si!
Vejam as de Maio de 2015 (
aqui e
aqui) e comparem-nas com as de Maio de 2017.
Todos sabemos que crescemos e que as coisas mudam e que os miúdos estão cada vez menos bebés e os mais velhos mais teens...mas visualizar e ver estas fotos é perceber como a vida pode realmente mudar em 2 anos....num segundo.
É difícil por vezes acertar com o tom dos posts. Ou parece que nos andamos sempre a divertir e que estamos todos mentalmente sãos como um pero, ou lá sai umas palavras mais fortes que vos leva a empatizar com a nossa dor e a aperceberem-se que afinal a nossa vida é tão complexa e meio louca quanto a vossa. Talvez um pouco mais, talvez um pouco menos.
Sim, temos passados momentos muito tristes e outros mais ou menos e outros que damos a camisola para que a vida saía quase perfeita. Este no Gôlf Mar foi um deles.
O meu filho mais velho acha que eu não devia ter-nos exposto tanto, falando da guarda alternada. Obviamente que também sei que o ouviu do seu pai, mas eu juro que não quero ir por aí.
O que é que eu quero? Continuar na minha, ir escrevendo umas coisas e outras, mas nunca me sentir presa ou boicotada por falar das coisas menos boas, ou muito más, que nos vão acontecendo.
Foi incrível ler as vossas estórias e saber que tantos passam pelo que passámos, pelo que andamos a passar. E se se sentiram conectados, se ajudou alguém, se normalizou algumas questões, melhor ainda.
E quero poder falar de mais coisas. Das nossas coisas É difícil ter um blog e não falar de nós, das nossas alegrias, das nossas tristezas, das nossas lutas. Por vezes sai de lá um desabafo, outras uma reflexão mais ponderada e outras apenas uma piada. Porque a vida é mesmo assim. Nem só maravilhas, nem só desgraças.
Gosto muito do meu blog. Gostava de poder continuar fiel a mim mesma.
Se conto tudo? Nunca contei. Claro que não. Que pergunta tola. Se há coisas que não conto e adoraria contar? Claro que sim? Quem não?
Se conto aquilo que acho que devo contar? Ando à procura desse equilíbrio o mais possível.
Quem somos nós? A pergunta ficou ali sem resposta. Continuamos em construção.
Sou psicóloga e adoro e nunca deixarei de ir buscar essa minha identidade. Tal como professora. Foi difícil aceitar que era professora e agora é das coisas que mais gosto de fazer. Porque sinto que já tenho a experiência clínica e de vida para o fazer bem feito. Sou mãe de 4. Também me questiono se quererei ser algum dia mãe de 5.
Temos dias bons e há dias tão stressantes que só me quero fechar no quarto e barricar-me deles. E tenho dias que choro bastante por não os ter comigo e o coração parece que rebenta, tal o desatino.
Sou mãe e quero falar nisso. Sou divorciada e quero falar nisso. E tenho um anel no dedo e quero falar nisso!
As coisas vão fluindo a seu tempo. Vamos reconstruir a casa até sabermos outra vez quem somos.
Para já o mais giro é verem este montão de fotografias onde se vêem caras felizes. Porque estes somos nós. Tal e qual o nome da série pela qual estou completamente apaixonada. Estes somos nós. Temos drama, muito humor, muita acção, brigas, amor. Como todos nós. Não há famílias perfeitas. Já ouviram isto algures, não já? Mas se me perguntarem se devemos fazer algo para que a nossa família seja um pouco mais perfeita do que é, o que é que eu respondo? Claro que sim. Muitas vezes cristalizamos em formas de funcionar que têm de ser desbloquadas. Se construímos os problemas e nos metemos em determinadas situações, também seremos capazes de os desconstruir e sair deles. Por isso um dia chora-se, no outro compram-se lenços - sim, é como casa roubada, trancas na porta. Muitas vezes compramos lenços só depois da tragédia chegar e nessa altura é que vamos comprar lenços e a caminho da loja ainda somos capazes de pensar o que podíamos ter feito de diferente, para que nem os lenços fossem precisos comprar. E assim, no dia a seguir levanta-se a cabeça e pensa-se em maneiras de sair da crise onde nos metemos, seja ela financeira ou emocional. Arranjamos estratégias, damos a volta ao texto, enchemo-nos de mantimentos. E aproveitamos a paz. Aproveitem bem os momentos de paz. Porque depois recomeça tudo outra vez e outra tempestade chegará.
Beijinhos.
Obrigada por nos acompanharem.
Ô Golf Mar e
Vimeiro Clube Aventura - obrigada por este bocadinho de paz.