Uma das pessoas mais acutilantes da blogosfera. E gira, muito gira.
Olá Pólo Norte Ruth.
1 – Será que me podes
responder a umas questões muito, muito simples?
Qual a cor da tua escova
de dentes?
Cor-de-rosa.
De que lado da cama é que
dormes?
Não temos lado da cama definido. Agora que penso nisso, é estranho!:)
Vais querer mais filhos?
Gostava muito, mais dois ou três.
Não achas que o mundo se
divide entre as mulheres que dizem que a sua mala parece a do Sport Billy e
aquelas que não fazem sequer ideia de quem é que estamos a falar?
É uma teoria muito, muito válida e quadripolar.
Qual é o teu primeiro
nome?
Pólo.
:)
2 – És uma mãe ursa ou uma
mãe galinha?
Mãe humana, como mãe, serei sempre uma mãe humana.
3 – Tu e o teu marido são
os dois psicólogos. Isso será bom ou mau para a criança?
Um horror, claramente! Se "em casa de ferreiro, espeto de
mau", em "casa de psicólogos, bebé hipoactivo e subdotado".
4 – Já estiveste mesmo à
beira da morte, com direito a ataques cardíacos e tudo?
Já! Todos os meus "eu já" são reais, embora, gostasse que
alguns deles tivessem sido ficcionados.
5 – Diz-me o que é que
tens em comum com a Kicas do Have a Fashion Affair.
Somos primas direitas (às vezes também somos tortas), eu sou madrinha
dela, ela é uma das madrinhas da Ana, somos comadres, portanto!
6 – Que lugar é que gostavas
mesmo muito de quadripolarizar? E quem é que gostavas de quadripolarizar com a
doutrina completa?
Gostaria de quadripolarizar o Pólo Norte, the real one. O Jorge Nuno
Pinto da Costa é o meu sonho de quadripolarização.
7 – Escolhe para o dia do
nascimento da Ana o título de um filme que já exista.
"A vida é bela!"
8 – O youtube já te serviu
para procurar canções infantis? Ou, como diz o senhor teu marido, tu és mais
canções inusitadas, trauteadas com uma voz de escrever à máquina?
Eu sou cantigas da cassete pirata, cantigas inventadas, melodias
confusas, versos melódicos que não rimam, eu sou música às gargalhadas para a Ana.
9 – Aquela carta que
escreveste à tua filha, lindíssima por sinal, podia muito bem ter sido escrita
por uma mãe blogger (sim, uma que escrevesse bem, que também as há). Isso
incomoda-te?
Sou blogger, fui mãe, logo existo? Não me incomoda nada, não tenho como
escapar ao facto de (também) ser uma mãe blogger. Digo "também"
porque como blogger sou mais do que mãe: sou mulher, e sou pessoa. O meu blog
também não é, por isso mesmo, um baby blog.
10- No fim de 2011 morreu
a tua avó. Uma das maiores dores de ter perdido a minha há 5 anos é saber que
ela não chegou a conhecer os meus dois filhos mais novos. Pensas nisso? Que
conselhos é que achas que ela agora te daria?
Penso nisso todos os dias. Todos. E no meu avô também. Ela morreu e eu
estava grávida de semanas, ainda sem o saber. Em homenagem a ela dei o seu nome
à minha filha. Conselhos? A minha avó não me dava muitos conselhos, deixava-me
viver à experiência, achava que a vida me ensinaria as coisas. Deixou-me um bom
legado de valores e de princípios, que é a melhor herança que me podia ter
deixado para eu transmitir à minha filha.
11 – Acreditas que, tal
como tu, tive um 9 a
E. Física no 10º ano e, também como tu, numa pauta cheia de 17s e 18s?
No meu caso por uma
tendinite no calcanhar de Aquiles. Sim, eu descobri à bruta qual era o meu. E
qual é o teu calcanhar de Aquiles hoje em dia?
A falta de tolerância, a falta de respeito, mentes tacanhas, pessoas que
dizem "eu sou assim e não vou mudar", a rigidez do pensamento,
fundamentalmente, a rigidez do pensamento.
12 – Quando falaste na tua
leitora que te perguntou, depois de teres sido mãe, quando é que o teu blog
voltava ao que era, também eu fiquei a pensar nisso. Nós nunca podemos voltar
ao que éramos antes. Nunca. E muito menos depois de termos um filho. Comenta, por favor.
O meu auto-conceito
mudou. Tive que encaixar o novo papel: o papel de mãe e, com isso, o papel de
mãe da filha do mámen, de mãe da neta da minha mãe e por aí adiante. Um filho
muda o nosso ser, muda a importância que damos às coisas menores, faz-nos ser
mais tolerantes, menos drama-queens, a relevar mais algumas coisas, a ignorar e
desprezar coisas mesquinhas. No fim do dia o que conta são as novas conquistas
alcançadas por ela enquanto ser humano e, por mim, enquanto mãe e mulher.
13 – Ruth e Pólo Norte.
Qual a diferença e qual a semelhança?
A Pólo Norte é um bocadinho do seu ortónimo. O ortónimo é muito mais que
a Pólo Norte.
14 – Em 2010 escreveste um
post em que dizias que não te era indiferente se gostavam do teu blog ou não. A
questão da validade externa é importante. Ou pelo menos era. Continua a ser?
Continua noutra perspectiva. Se em 2010 eu me importava se gostavam ou
não do meu blog, hoje, em 2012, preocupo-me em quem gosta ou não do meu blog. A
questão da validade externa é muito importante mas, quando se chega a um
determinado número de pessoas que lêem o blog, sabe-se que não se pode agradar
a gregos e troianos. Não escrevo para agradar ninguém, escrevo o que sou. Mas
importa-me que as pessoas de quem gosto, simpatizo ou admiro gostem da Pólo
Norte, pelo que lêem no blog ou mesmo apesar do que lêem no blog.
15 – És daquelas mães que
concorda sempre com a pediatra da filha, que lhe telefona várias vezes e faz
tudo o que ela diz...ou és precisamente o contrário?
Não. Nunca liguei à pediatra da Ana, em quase 3 meses. A minha
filha é saudável e eu guardo as dúvidas todas que vou tendo para discutir no
espaço da consulta. Não maço a médica por dá cá aquela palha.Com dúvidas
menores que tenho dito faço com base no que o meu bom senso me diz e
consultando a experiência das mães veteranas que me rodeiam.
16 – Mesmo sem ser o nome
do blog, tens a noção de que o teu man agora é o mámen de toda a gente? Que tal
está a ser ter um marido que também tem um blog? Preocupa-te que vos possam
comparar com outro casalinho famoso da blogosfera?
É o man do povo blogosférico e eu acho graça. O blog do mámen é discreto
e leve, reflecte a personalidade do tipo. Sem calendários, posts agendados ou
grande intelectualização, é um blog tão despretensioso que não há como
incomodar ninguém. Comparações? Há espaço para mais pessoas e até casais na
blogosférica, não vejo porque temer qualquer tipo de comparações. É um homem
que tem um blog e que, por acaso, é mámen. Vejo a coisa assim e não numa
perspectiva de plural, de casal.
17 – O que mais te irrita
neste mundo virtual?
A maldade gratuita. A mesquinhez. A incoerência de quem lê porque não
gosta, à espera de uma palavra boa para criticar, de uma ideia apenas que
confirme juízos de valor assentes em generalizações. A
falta de amor-próprio de quem perde tempo a tentar chatear bloggers através de
diferentes vias.
18 – Uma coisa que
disseste que nunca irias fazer, antes de seres mãe, e agora pimba?
Co-sleeping. Tumbas! Toma que é para aprenderes! Mas com a miúda doente
ambas precisámos ali de duas noites pele com pele, respirar com respirar,
sonhos sincronizados.
19 – Que pergunta é que te
deixaria sem resposta?
Qualquer pergunta sobre a minha identidade. Sem resposta porque me
recuso a responder. Se assino um blog como "Pólo Norte" não vejo qual
o interesse em saberem que sou a Maria Joaquina, trabalho no sítio y ou tenho
olhos cor de burro quando foge. Se assino enquanto personagem blogosférica é
porque acredito realmente que o que interessa são as ideias que transpareço
para os posts, as palavras, o sentir. A minha cor de cabelo ou roupas que visto
são irrelevantes nesta história. Interessa-me que as pessoas se identifiquem
com a minha forma de pensar, contraponham outras perspectivas, interajam com a
ursa, sintam que façam parte de um conjunto de pessoas com algo em comum: uma
dose de loucura, de quadripolaridade.
20 – De início estava com
medo de te entrevistar, sabias? Duas psicólogas…. Ou corre muito bem ou faz
faísca.
Achas que correu bem?
Diz-me tu!
(a mania
que os psicólogos têm de reenviar sempre as questões para o outro lado, chiça!)
Eu? Eu
acho que sim. Queres ver?
Qaudripolaridades, aqui.
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